Geral
“Espumas ao vento”
27/01/2014
Foto: autor desconhecido.
O pernambucano Accioly Neto nos presenteia com belas musicas no seu repertório. Todas elas trazendo a marca do talento e da inteligência poética. “Espumas ao vento”, composta em 1997, é bem um exemplo disso. Foi gravada por vários cantores, mas alcançou sucesso nas vozes de Fagner e do paraibano Flávio José.
“Sei que aí dentro ainda/Mora um pedacinho de mim/Um grande amor não se acaba assim/Feito espumas ao vento”. O “eu lírico” vive a dor de um amor em crise, não por sua vontade, mas por iniciativa de quem ainda nutre uma paixão. Não morreu a esperança de que ela continue gostando dele, que no seu coração existe um sentimento, embora pequeno, de apego e afeto, em relação ao que viveram juntos. Afinal de contas, na sua compreensão, “um grande amor” não se finda de repente. Não aceita admitir que o envolvimento amoroso tenha chegado ao fim.
“Não é coisa de momento,/Raiva passageira/Mania que dá e passa feito brincadeira/O amor deixa marcas que não dá pra apagar”. Entende que entre namorados são comuns brigas, amuos, discussões, mas são reações que passam rápido, não podem gerar separações definitivas. As marcas de uma convivência de amor são difíceis de serem apagadas, elas permanecem vivas na lembrança e no coração. É necessário saber ultrapassá-las sem que sejam motivos de um rompimento no romance.
“Sei que errei e tô aqui pra te pedir perdão/Cabeça doida, coração na mão/Desejo pegando fogo”. Experimenta a torturante expectativa de saber como ela está encarando esse momento de tensão no relacionamento amoroso. E se dispõe a reconhecer que errou e pedir perdão, numa tentativa de reatar o envolvimento. Já não consegue pensar, a possibilidade de perdê-la lhe deixa nervoso, ansioso, “com o coração na mão”. Arde de desejos, quer tê-la de novo em seus braços, compartilhando os prazeres desse amor.
“Sem saber direito a hora e o que fazer/Eu não encontro uma palavra só para te dizer/Ah! se eu fosse você eu voltava pra mim de novo”. Encontra-se perdido, não sabe ao certo que atitude tomar e em que momento poderia ir à sua procura. Fica com sua capacidade de raciocinar tolhida, travada, porque a dúvida o impede de vislumbrar qual a melhor forma de resolver essa questão. No entanto, fala com convicção de que se estivesse no lugar dela, não hesitaria em voltar para ele.
“E de uma coisa fique certa, amor/A porta vai estar sempre aberta, amor/O meu olhar vai dar uma festa, amor/Na hora que você chegar”. Confirma a pretensão de reconquistá-la e avisa que estará, a todo instante, esperando por isso. Quando isso ocorrer, seus olhos brilharão de alegria, como se estivessem em festa. Não vê a hora disso acontecer.
• Integra a série de crônicas “PENSANDO ATRAVÉS DA MÚSICA”
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