Opinião
Entre hermenêutica literária e província
27/04/2025
Foto: autor desconhecido.
Estabelecido um marco teórico espacial dentro do temporal, tenciono captar diferentes estilos ou a mera diversidade de apresentações e configurações publicadas de modo generalizado. Como se fosse analisar uma determina-da literatura provincial e, com isso, de-fini-la como apropriada a determinado segmento geográfico ou até geopolítico. Tomando como ponto de partida, ou de chegada, o exemplo paraibano, ficamos à tentativa de construir uma literatura paraibana ou até uma literatura regio nal. A existência de exemplos ou mode los intitulados como tal, não se pode ou não se consegue, encontrar um só exem-plar completo seja de literatura paraiba-na, história paraibana ou de ideias jurí-dicas paraibanas.
Os exemplos existentes carregados de mérito como pontos de inflexão não chegaram a ser abrangentes no plano sociológico, enquanto investigação weberiana ou nas artes históricas e literárias. No plano da literatura nacional, até meados do século findo, o alerta de João Lelis, em “Maiores e Menores”, chegou até a ecoar, além-fronteiras, sem que, no entanto, não tenha ultrapasso a última metade do aludido século. Algumas tentativas de congregar e consolidar, para o panteão das ideias literárias nacionais, o conjunto da produção interestadual ficou no esforço útil e pertinaz, embora em perturbada incompletude. O próprio João Lelis em seu alerta e canto do cisne sobre o assunto no citado livro, não foi uma história literária paraibana como havia advertido, tolhido em sua ousadia de esboçar, iniciando a ingente apreciação para uma história da “literatura brasileira”.
A tarefa sobre a Paraíba iniciou e concluiu deliberada e espontânea, como dito em 1953. Sobre a brasileira, deixou à posteridade três capítulos em 1954. Será objeto de considerações em outra qualquer mídia e até no relançamento de “Maiores e Menores”, com sua fortuna crítica marcada pela temporalidade daqueles idos pronunciamentos. Um livro com aplicabilidade na teoria e na prática de hermenêutica literária rigorosa e incomum, nos arrojados manuais e compêndios lidando com indiscrição apressada e forçosa.
Em tudo que se expõe não vai a mínima pretensão de esgotar o assunto. Seria uma desinteligência, tal propósito. Nem sobre o marco da Província ou sobre o método de interpretação sobre ser um procedimento não consensual, a não ser quanto a aspectos principais, construídos pelo bom senso. Veja-se o já desconhecido viés do erudito padre Francisco Lima, do Seminário Arquidiocesano e da Academia Paraibana de Letras, da sua 1ª Fase ou década, como atesta um de seus raros exemplares esgotados.
Nesse ensaio, com profundidade, traça-se um retrospecto complementar às informações e às ideias literárias, personagens evadidos das lembranças e citações de até mesmo cautos investigadores. De amantes da literatura ou história da província “parahybensis”, para podermos começar, até academicamente, a história da literatura paraibana como ficara no alerta final do citado livro.
Quanto à história propriamente considerada é forçoso e notório, considerando o importante viés documental que remonta à fase colonial. A documentação abrangendo os fatos históricos sobre oficiais ou oficiosas “glórias” proclamadas por impulso ou empolgação de louvor. Ou, grandiloquente, ou louvaminheiro.
“Para reconstituir a história literária paraibana são dois textos, ou dois começos, dormitando desde a década de 70”.
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