Geral
Economia em transe
05/02/2015
Foto: autor desconhecido.
A crise econômica mundial de 1929 e seus profundos efeitos recessivos indo até a depressão (1932-33) demonstraram a falácia da eficiência natural dos mercados. A busca científica das causas desse malogro criou os fundamentos à intervenção do Estado na economia, para suprir as limitações das leis da oferta e da procura.
Hoje, sabe-se que os mercados não resolvem os seguintes problemas ou necessidades das economias capitalistas: a) as fases crise, recessão e desemprego, c) o planejamento global de longo prazo, d) a concentração da riqueza e da renda, e) a inclusão e mobilidade social e f) a degradação ambiental.
Desde 2008, o mundo enfrenta a primeira crise do sistema econômico-financeiro globalizado. Os efeitos perversos estão em curso, com a destruição massiva de capital produtivo e financeiro, alto desemprego e queda do bem-estar social. Tudo isso por falta de solução compatível com a lógica e os interesses dos negócios capitalistas.
Nos países desenvolvidos, o Estado não foi capaz de evitar as crises econômicas ou solucionar seus efeitos. Mais que isso, as intervenções dos governos tornaram-se geradoras dos problemas que lhes cabiam resolver. O que dizer do Estado brasileiro, que além das ações anticrise deve promover o desenvolvimento do país?
O Brasil é economicamente viável. Tem uma rica base de recursos agropecuários e minerais. O seu potencial energético é alentado, com ênfase nas formas renováveis. O setor industrial é complexo e diversificado, assim como o sistema financeiro. A sua população constitui uma ampla fonte de mão de obra e um grande mercado consumidor.
Por que o Brasil ainda não se tornou um país desenvolvido? Faltaram-lhe as ações que cabiam ao setor público. A infraestrutura da produção, distribuição, circulação e exportação de bens e serviços é insuficiente e carente de modernização. A educação é de baixa qualidade e a capacidade de geração de ciência e tecnologia inexpressiva.
O Estado brasileiro tem que sanar esse passivo histórico e, acima de tudo, planejar o desenvolvimento a longo prazo do país. Merecem destaque as políticas estratégicas de expansão e modernização industrial, com vista à inserção produtiva mundial. A indústria tem que voltar a ser o setor dinâmico da economia nacional.
As crises, instabilidade e desigualdade social são inerentes ao modo de produção capitalista. Vem sendo assim, da época do laissez-faire à do seu funcionamento apoiado na intervenção estatal, nos últimos 60 anos. Esses problemas do capitalismo são frutos de suas contradições. O Estado consegue apenas atenuá-los com soluções artificiais temporárias.
A situação Brasil é preocupante. O mercado é incapaz de construir o seu desenvolvimento, e o Estado também. Como deixar, assim, de ser o eterno país do futuro? Concretamente, o nosso Estado está distante do que devia ser, em termos de competência, honestidade, moral e ética, para cumprir o seu papel desenvolvimentista
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