Anne Nunes

Jornalista e Gestora de Redes Sociais.

Política

Discurso para inglês ver


25/04/2021

(Foto: Reprodução)

Você provavelmente já conhece a expressão “para inglês ver”. Em poucas palavras, significa uma atitude que só vai ficar no imaginário. E literalmente, foi o que ocorreu durante o encontro da Cúpula de Líderes sobre o Clima. Apesar dos compromissos com a agenda ambiental, assumidos pelo governo brasileiro diante da comunidade internacional, não demorou para que o presidente Bolsonaro voltasse atrás, levando o país à desonra mais uma vez.

A distância entre discurso e prática ficou clara após a redução de R$240 milhões no orçamento de 2021 destinado ao meio ambiente. O corte veio logo após Bolsonaro ter prometido aumentar os gastos no combate ao desmatamento. A retórica não foi levada a sério nem pelo presidente. Mas não poderia ser diferente.

O país leva na bagagem – pesada – o desmonte das leis ambientais, recorde de desmatamento, queimadas na Amazônia, poluição nas praias e enfraquecimento dos órgãos de fiscalização, demonstrando toda a sua incapacidade em gerir o grande patrimônio ambiental brasileiro. Enquanto a defesa do meio ambiente se torna prioridade para grandes países, o Brasil vivencia a paralisação das políticas de preservação, tornando-se um vilão ambiental para o planeta.

É preciso interesse e compromisso para frear todas as transformações negativas relacionadas ao meio ambiente. E certamente, esta é uma tarefa difícil para um país que destrói a natureza em busca de geração de riqueza cada vez mais acumulada. Este momento da história não pode mais aceitar ações e falas que amenizem a aniquilação do meio ambiente.

O Brasil vai precisar se esforçar um pouco mais para convencer os líderes mundiais. E até lá, quem sabe adotar medidas concretas para frear a devastação ambiental seja a melhor e única saída. Enquanto o governo continuar “passando a boiada” o descrédito só tende a aumentar.


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