Dia Nacional da Imprensa, a evolução e os direitos à democracia


01/06/2021

O trabalho jornalístico é comemorado hoje no Brasil. O Dia Nacional da Imprensa. Data de 1808, a primeira publicação jornalística no país, com a primeira edição da Gazeta do Rio de Janeiro, depois simplesmente chamado de Gazeta do Rio, que duraria até 1822.

Esse trabalho jornalístico no Brasil foi aos poucos ganhando espaço e aperfeiçoando sua prática, passando desde os impressos de circulação periódica semanal até os diários, as revistas, entre outras publicações especializadas e muito mais.

Já o rádio nasceu no Brasil, oficialmente em 7 de setembro de 1922, durante as comemorações do centenário da Independência do país, com a transmissão, à distância e sem fios, da fala do presidente Epitácio Pessoa* na inauguração da radiotelefonia brasileira.

Pois bem, a evolução veio passando por diversas transformações com a vinda da televisão em setembro de 1950, quando foi inaugurada a TV Tupi em São Paulo, com equipamentos trazidos por Assis Chateaubriand*, fundando assim o primeiro canal de televisão no país. O primeiro programa da TV Brasileira se chamava “TV na Taba”, foi apresentado por Homero Silva com a participação de Hebe Camargo, Lima Duarte, Mazzaropi entre tantos outros artistas conhecidos na época, incluindo a orquestra de George Henri. Só em 1972 a transmissão a cores seria implantada no país.

Daí pra cá os meios de comunicação evoluíram tecnologicamente de maneira surpreendente, até a chegada da internet, em 1988, e somente disponibilizada ao público geral através de provedores a partir de 1994, quando veio somar-se ao mix de informações possíveis em tempo real.

Hoje em dia, qualquer pessoa dispõe de informações online e pode interagir com o mundo, não apenas recebendo a informação pronta a partir de redações editoriais, mas também interagindo, repassando suas próprias informações.

A dinâmica disso tudo propôs questionamentos no campo jornalístico em busca da melhor qualidade da informação, em busca também da liberdade de expressão e democracia, a liberdade de imprensa…

Enquanto os grandes conglomerados de imprensa partiram para posicionamentos políticos, com suas preferências negociadas a grandes somas do mercado vindas do poder, ao mesmo tempo instalou-se ampla liberdade de comunicação entre os seres humanos em quase todo o planeta através da internet.

A discussão versa hoje em dia por conta do grande lixo que circula nas redes, as fake news, entre outras emaças de crimes de toda a espécie.

O Dia Nacional da Imprensa deveria ser comemorado destacando a boa prestação de serviços dos profissionais da imprensa, os jornalistas que muita vez arriscam suas próprias vidas por entre os combates das guerras, a violência, a cobertura das tragédias, enfim, dos diversos eventos que chegam à palma da mão do internauta, sem o aprofundamento da origem e caminho percorrido para entrega da notícia.

A importância do trabalho jornalístico de pesquisar, investigar, coletar, aprofundar assuntos em todas as áreas do conhecimento, produzir, editar e entregar ao consumidor deveria ser mais bem valorizada. No entanto, sofre hoje o constrangimento de ser calado, banido, processado. Um ato de censura, principalmente por parte do Governo, que posiciona com ataques a estes profissionais, desde que não concordem com suas ideias.

O que chamamos a atenção no Dia Nacional da Imprensa é justamente sobre esse posicionamento ameaçador. Ora, sem o posicionamento crítico, sem a liberdade de expressão, fica violentada a verdadeira informação. Uma vez assim, ficam também ameaçados a democracia e os direitos humanos de todo cidadão.

 

* Coincidentemente o ex-presidente Epitácio Pessoa e o empresário, advogado, jornalista e mecenas Assis Chateaubriand, são paraibanos.


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