Geral
Denúncias, Crise e a Ética
02/09/2007
Foto: autor desconhecido.
RIO DE JANEIRO – A distância geográfica faz tempo já não impede mais o acompanhamento em tempo real dos fatos e/ou desdobramentos do trato de assuntos de alto impacto – ou até mesmo do cotidiano de qualquer aldeia, entre elas a Paraíba, como se deu neste fim-de-semana impactante na Paraíba..
É o que se deduz da ampla reportagem que o “Jornal da Paraíba” trouxe na sua edição de domingo envolvendo o empresário Roberto Cavalcanti, o executivo João Fernandes Neto e a executiva Sabatina Torti esta com prisão decretada e já tratada como foragida pela Justiça Federal todos arrolados no famoso processo da Fazenda Nacional.
Desde sábado à tarde, setores formadores de opinião não falam de outra coisa em face da alta repercussão tomada pela reportagem, tanto que a tiragem do jornal foi esgotada logo cedo.
Mesmo levando em conta que há um rito processual em curso há anos, em tese a base da exploração jornalística na mídia neste momento traz como pano de – fundo o aguçamento na dura crise e inconciliável relação empresarial entre os dois principais grupos de comunicação do estado com tempero premeditado de expor a ´outra´ face/imagem de Roberto Cavalcanti na condição de réu, agora não mais temido como antes.
É a segunda vez a Rede Paraíba de Televisão, mais o jornal, traz o assunto à baila, a exemplo do que se deu no inicio dos anos 2000 com direito a exibição nacional pela Rede Globo à época com o próprio empresário Roberto Cavalcanti apresentando sua fala e contra-argumentação.
A grave situação suscitada chega num momento em que o Brasil acompanha com atenção altas decisões tomadas pela Justiça brasileira diante de poderosas figuras nacionais da vida pública e privada inseridas num contexto de aprimoramento ético atingindo a muitos de forma antes inimaginável.
A tese ética num plano conceitual deve ser abordada entre quem considere a situação chegando à Paraíba – vide a recente decisão da justiça de levar um ex-deputado ao banco dos réus, do TRE de cassar o mandato do governador Cássio Cunha Lima e, agora, a exposição do caso da Fazenda no Jornal da Paraíba,etc, entretanto, o ultimo caso não deixará de ser interpretado, localizadamente, entre as lideranças políticas como fruto da crise política instalada no estado.
Aliás, este elemento da vinculação política certamente que tomará mais tempo com aliados políticos focando o assunto mais pela versão do que pelo fato em si este a incomodar sem duvida alguma aos nomes levados ao conhecimento público.
A rigor, em tese mais uma vez, uma coisa não tem nada a ver com a outra só que, como na Paraíba a crise política ronda importantes figuras e setores da sociedade, muito do que será dito de agora em diante deve ter interpretação ao gosto do freguês, mesmo sendo necessário entender e acompanhar as ações da justiça esta preponderante, porque a gravidade não deixa de existir diante do conceito político.
Além do mais, leve-se em conta ter acabado o instituto do sigilo no processo, portanto, o arrastado caso da Fazenda denunciando a extinção fraudulenta de débitos tributários inscritos na Dívida Ativa da União para emitir certidões negativas de empresas ainda poderá ter desdobramentos inimagináveis.
É claro, mais do que isso indispensável, conhecermos e expor amplamente os argumentos da defesa, mesmo assim a partir deste segunda-feira a Paraíba vai conviver com um clima de guerra entre os dois principais grupos de comunicação com o acirramento de denúncias mutuas sabendo desde já que, pela primeira vez durante todos os tempos, o Grupo da Rede Paraíba resolveu encarar o concorrente pelo tom qualquer da transparência total, ou seja, dispondo-se a mostrar à sociedade a verdade de cada um.
Como efeito, seguramente as reuniões em série no Sistema Correio já constroem contra-reação ( fala-se em envolver também o governador Cássio) sabendo-se de antemão dos desdobramentos também da parte adversa, isto é, da Rede Paraíba disposto a expor diversas outras informações graves, não só no caso da Fazenda.
O cenário é de clima muito grave, muito difícil mesmo, com enfrentamentos nunca vistos, mas, espera-se, que haja a prevalência da verdade e do fortalecimento da ética.
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