Geral
“Daquilo que eu sei”
26/04/2014
Foto: autor desconhecido.
Ivan Lins nos convida a filosofar sobre a vida; a nossa capacidade de adquirir conhecimento, não o científico, mas o que aprendemos no cotidiano, nas experiências do dia a dia. A música “Daquilo que eu sei” desperta esse entendimento de que nem tudo o que sabemos são certezas ou verdades irrefutáveis.
“Daquilo que eu sei/Nem tudo me deu clareza/Nem tudo foi permitido/Nem tudo me deu certeza…”. Todos os conceitos e opiniões que formam nossos saberes de hoje podem ser modificados no amanhã, porque eles são resultados da vivência, do senso comum, não têm fundamento científico. As circunstâncias fazem as oportunidades para obter as informações, e muitas delas ainda não nos foi permitido conhecer. Por isso mesmo não podem ser compreendidos como manifestação da verdade absoluta.
“Daquilo que eu sei/Nem tudo foi proibido/Nem tudo me possível/Nem tudo foi concebido…”. Vivemos em busca das descobertas, algumas que nos chegam facilmente, outras que encontramos dificuldades em encontrá-las. Muito do que queremos conhecer sequer foi ainda concebido ou colocado em prática, mas são questionamentos e dúvidas que aguçam nossa curiosidade.
“Não fechei os olhos/Não tapei os ouvidos/Cheirei, toquei, provei/Ah! Eu usei todos os sentidos”. Deus fez o ser humano com cinco sentidos, para que através deles melhor compreender as coisas que acontecem ao seu redor ou no seu corpo. VER, para saber onde está, onde deve ir e com quem está convivendo. OUVIR, para aprendizagem e comunicação. CHEIRAR, para distinguir os odores, para desfrutar dos prazeres ou provocar rejeições. TOCAR, para através do tato, explorar o mundo, ter a capacidade de reconhecer formas, texturas e temperatura. PROVAR, para identificar o sabor, o que agrada ao paladar. Afinal de contas, é muito importante no processo cognitivo do ser humano usar todos os sentidos.
“Só não lavei as mãos/E é por isso que eu me sinto/Cada vez mais limpo!/Cada vez mais limpo!/Cada vez mais limpo!”. Ivan Lins encerra seu exercício de pensamento filosófico sobre o conhecimento da vida, dizendo que “só não lavou as mãos”. Quis dizer que nunca foi omisso, nunca deixou de agir e falar quando necessário, nunca evitou tomar uma decisão por covardia, fraqueza ou medo. Quem assim age, além de não aproveitar a oportunidade de aprender, mostra-se depois como se tivesse cometido uma falha, um erro, uma falta de cumprimento do dever. Sente-se cada vez mais limpo ao saber que tentou, mesmo que não tenha sempre obtido êxito no que queria.
Integra a série de crônicas “PENSANDO ATRAVÉS DA MÚSICA”.
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