Geral

CRISE INSTITUCIONAL


05/05/2018

Foto: autor desconhecido.

O Estado brasileiro é sem dúvida exemplo de uma instituição carente de organização. A nossa é uma estrutura que se arrasta por média de 500 anos com defict institucional. Nossa capacidade inteligente está subestimada a terceiro mundo, mundo subdesenvolvido. Se partirmos para a divisão das regiões do país, a coisa piora. Temos de um lado o sudeste com suas fábricas, a concentração de renda e o domínio da comunicação e Imprensa do país, entre outros fatores que influenciam a economia e a vida em geral.

A nossa é uma Família em desalinho, fragmentada pelos dogmas de Igrejas que muito mais aumentam os índices de incertezas, em favor de um velado capitalismo opressor, do que ofertam segurança e bem estar. Tanto a Família brasileira como as Igrejas, sofre o desengano, a devastação da ideia verdadeira de Amor que seria o ensinamento de Jesus, o cristo, crucificado.

A nossa escola, está mais para samba do que para educação. Mais para enfrentamento do que para certezas, segurança e preparo do cidadão.

Os nossos Governos, bem, melhor saltar esse parágrafo porque todos são capazes de avaliar…

Enfim, a família, a casa, o clube da esquina, o grêmio escolar, a igreja, a sociedade, tudo e todos parecem viver uma ideia devastadora de euforia e guerra, de conflitos, de fim de mundo. Precisa, como chama atenção a canção de Chico Sciense, desorganizar para se organizar…

Mais próximo de nós, a CBF, a FPF, federações de Futebol, se apresentam com escandalosos problemas que envolvem processos indicando crimes perante a justiça.

Até as instituições, aparentemente pequenas, como a API – Associação Paraibana de Imprensa, e Folia de Rua, apresentam problemas de estrutura e organização que mais ameaçam do que traduzem seus verdadeiros papéis sociais. Ora esquecendo seus estatutos já também caducos e cheios de brechas, ora suplicando renovação, quadros novos que venham oxigenar suas gestões com o verdadeiro novo para seguir adiante.

Seja como for, estamos diante do desafio de uma grande onda de mudanças sociais e tecnológicas. As questões todas se fundem nas ideias tropeças, na corrupção, nos desvios, no atraso, no egoísmo, no orgulho, no desperdício.

Ao passo que temos já a nanotecnologia, que o homem pisa solos extraterrenos de planetas distantes, que a comunicação flui através de ondas cada vez mais diminuindo as dificuldades do viver e tudo avança ainda uma grande questão pauta por baixo os nossos irmãos.

Falamos das questões morais – imorais. Uma simples instituição como o Folia de Rua, que cresceu e hoje arrebata mais de um milhão de foliões no período de momo, não consegue organizar sua diretoria em torno de ideias construtivas para atender sua capacidade, sua demanda, seus objetivos mais ricos e culturais. Seus sócios brigam entre si como velhos guerreiros se agredindo até fisicamente, como ocorreu esta semana em reunião para decidir sobre as próximas eleições.

API – Associação Paraibana de Imprensa, da qual me incomoda dizer que participo por me sentir de mãos atadas para realizar sem apoio da diretoria, é uma Associação que vem há anos se arrastando, precisando renovar quadros que realmente inspirem posicionar no lugar merecido de vanguarda a que tanto fez presença no passado. Só pra ter ideia, a última diretoria, eleita há dois anos, nunca teve até hoje convocação para uma única reunião, uma única Assembleia.  Está lá, na maioria dos dias de portas fechadas, sem comunicação, com um site defasado, sem eventos, sem propostas, sem planejamento, sem função, sem capacidade de exercer seu objetivo social.

E o que mais surpreende entre todas essas corrosões sociais, desde a Família, a Igreja, Governo, Poder Executivo, Justiça, ou os simples grêmios escolares, associações comunitárias, instituições várias, é que ali nas suas administrações se encontra a presença do homem. Sim, o homem é ainda o maior de todos os embaraços sociais para definir papéis de sobrevivência que possam tornar a vida mais saudável.

Vimos recentemente na tragédia do edifício que desabou em São Paulo, que até ali, na mais miserável situação de sobrevivência de um amontoado de famílias, há a corrupção, o micróbio dos laboratórios do mal surpreendendo à realidade de vida. Até quando, até quando?!

É preciso repensar todo esse jogo desde o futebol, a família, a casa, os governos, as igrejas, escolas, universidades, associações de bairros e condomínios financeiros, consórcios tecnológicos, associações filantrópicas, carnavalescas, ONGs, sindicatos, associações de imprensa, a grande comunidade que habita o planeta Terra em transição. É preciso urgente repensar as nossas instituições. É preciso começar a repensar o homem e seus processos morais. Sem isto corremos risco de destruição total.

– Gil Sabino é jornalista, gestor de marketing e diretor de cultura da API. g.sabino@uol.com.br


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