Alberto Arcela

Publicitário e jornalista

Política

Cor de rosa choque


23/07/2023

(Foto: Divulgação/Warner Bros)

Em um tempo que não tínhamos muito o que comemorar em liberdade de expressão, e a mulher não tinha representatividade nos podres poderes da nação, uma cantora – sempre ela – usou cor de rosa para compor um hino libertário e necessário para o momento em que vivíamos.

A mesma rosa que tem um cheiro inebriante, mas que tem também espinhos. Na música, ela já foi divina e majestosa, por Deus esculturada e também, na favela, foi nome de flor.

E que, volta agora, em grande estilo, na sua melhor tradução, vestindo a boneca Barbie, a estrela do filme que está atraindo multidões em todo o mundo civilizado, e dando vida a um sem número de elementos que compõem o mundo magico da boneca que encantou gerações.

Cora, a minha filha, teve várias. A mãe dela também.

O fato é que o filme e a onda em torno dele, chega em boa hora.

Basta de guerras e violência. De intolerância e de fobias. E da falta de amor.

Melhor ainda que a Barbie. chega repaginada e atualizada. Não apenas bonita, mas também inteligente e capaz. Não apenas princesa, mas também uma rainha Elizabeth da vida.

Sem submissão e sem amarras. E, principalmente, sem limites para sonhar.

Com isso, o que era apenas uma brincadeira, foi crescendo e absorvendo feito as notas da canção.
Dessa maneira, a Barbie que está nas telas, representa as mulheres de todas as cores e classes sociais, porque o sonho, como o choro, é livre.

Ali está a patricinha do condomínio e a líder da favela. A garota de programa e a religiosa. A executiva e a encarregada da limpeza.

Também estão a negra – como a ninha primeira namorada – e a loura, que não é burra nem nada.

O fato é que o mundo estava precisando mesmo dessa Barbie que veio para incomodar religiosos radicais e gente sem noção, que infelizmente continuam a existir aqui e lá fora.

Para eles, a escória da humanidade, torço para que ela apareça nos próximos capítulos como uma Maria Bonita ou Joana Darc, que são símbolos da resistência feminina.

Mas, que também continue cumprindo a contento o seu papel de ser a boneca que toda menina quer ter.

Com diferentes looks e ambientes, pouco importa. O que vale mesmo é ter infância e ser feliz.

Pena que as rosas não falam.


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