SGPB

Sociedade de Gastroenterologia da Paraíba.

Saúde

Conceitos da Doença do Refluxo Gastroesofágico


12/06/2021

Dr. José Nonato Fernandes Spinelli

Por SGPB

A DRGE (Doença do refluxo Gastroesofágico) é uma doença com prevalência de 21 a 56 % em diferentes países. O paciente pode apresentar vários tipos de sintomas, representados pela sensação de queimor no peito, regurgitação do liquido do estomago subindo para a garganta, às vezes referem outras queixas como tosse seca, pigarro, rouquidão, irritação da garganta, asma e dor no peito não cardíaca.

A esofagite de refluxo resulta da combinação de uma maior quantidade do liquido gástrico regurgitado, com uma menor eficiência da limpeza desse material no esôfago terminal. A alteração da mucosa e as queixas de refluxo podem estar relacionadas com a quantidade do material regurgitado e o seu tempo de contato com a mucosa ou órgão agredido.

O diagnóstico da DRGE fundamenta-se nas queixas que o paciente apresenta na consulta, sendo necessário, às vezes, um exame endoscópico, para avaliação de possíveis lesões, bem como, para afastar outras doenças, que possam ser responsáveis pelos sintomas apresentados. Outros exames que podem ser realizados para a complementação ou esclarecimento diagnóstico.

O tratamento clínico é baseado em alterações no comportamento do paciente, complementado com o uso de medicamentos, essas medidas visam melhorar e controlar as queixas apresentadas e proporcionar uma melhor qualidade de vida. A restrição ao fumo, certos alimentos que facilitem o refluxo e a proibição de alimentação próxima à hora de dormir devem ser indicadas.

A elevação da cabeceira da cama em torno de 15 cm é importante para o grupo de pacientes que apresentam queixas noturnas ou que se agravam ao deitar-se.

Utilizam-se desde a década de 80, medicamentos que diminuem a secreção ácida gástrica, tais como o omeprazol, lanzoprazol, pantoprazol, rabeprazol e esomeprazol, dexlanzoprazol e atualmente o vonoprazan (ainda não existente no Brasil).

Os pacientes que apresentam sintomas tipo irritação na garganta, tosse crônica e/ou pigarro, rouquidão podem necessitar de uma maior dose dos medicamentos, preferencialmente dividida em duas tomadas para melhor controle das queixas.

Alguns centros médicos oferecem tratamentos endoscópicos para controle da doença do refluxo.

A cirurgia tende a ser reservada para as complicações da doença, tais como esofagite grave, intolerância ao tratamento clínico, estreitamento do esôfago, persistência dos sintomas apesar do uso correto da medicação. Para este procedimento há necessidade de exames especiais antes da cirurgia. O esclarecimento ao paciente sobre este procedimento, informando-o da evolução e risco da volta das queixas, são fundamentais.

No contexto geral, o tratamento da DRGE precisa proporcionar controle das queixas, evitar retorno da doença e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, e evitar, se possível, as prováveis complicações.

SOBRE O AUTOR

Este artigo foi escrito pelo Dr. José Nonato Fernandes Spinelli, ex-residente do Serviço do Prof. Djalma Vasconcelos do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, ex-médico do Ambulatório de Gastroenterologia do Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Ex-Vice Presidente da Federação Brasileira de Gastroenterologia, Membro Internacional do American Journal of Gastroenterology, Médico da Endovídeo João Pessoa. Especialista em Gastroenterologia pela Federação Brasileira de Gastroenterologia.

 


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