{arquivo}A gestão do deputado federal Eduardo Cunha na presidência da Câmara Federal – casa de representação da sociedade –, certamente vai se consolidando como a de registro continuado da aprovação dos mais diversos projetos-de-lei com tipificação clara de retrocesso conjuntural nunca visto desde a famosa Constituinte de 1998 geradora da Constituição Cidadã.

A possibilidade concreta da redução da Maioridade Penal é um dos fatos concretos a imprimir a marca do retrocesso, até com aval da maioria dos deputados federais da Paraíba, indo de encontro a todas as manifestações nacionais e internacionais de entidades insuspeitas e de credibilidade incontestável provando que esse instrumento só vai piorar a correlação do crime envolvendo jovens.

A tendência da redução traduz a mesma cultura predominante na maioria dos parlamentares no encaminhamento e votação dos diversos tópicos da Reforma Política tão exigida pela sociedade brasileira pois, na contramão das exigências manifestadas pelos diversos setores organizados a Câmara piora o conjunto de regras para inibir esquemas de desvios de dinheiro público, a partir de conchavos construídos na relação comercial e de financiamento de campanha com dinheiro privado das empresas.

Impressiona, sobretudo, a “força” que a performance conservadora e retrógada do presidente Eduardo Cunha tem aval da maioria dos parlamentares por razões diversas, entre elas de influência construída pela interferência do líder do PMDB na construção e/ou apoio de muitas das candidaturas vitoriosas no último pleito.

Parece assim uma espécie de troca de favores rasgando por completo princípios e bandeiras de lutas históricas da sociedade ignorando, como desfecho, a condição laica do Estado e as novas conquistas cidadãs implementadas nos últimos tempos.

Sem que se aperceba, aos poucos o novo mandato se consolida como gestor do retrocesso social que o Brasil nunca imaginaria que viesse, for fim, de forma tão brusca e demolidora no quesito cidadão.