Geral
Chororó desigual
03/11/2003
Foto: autor desconhecido.
A Carta de João Pessoa e as entrevistas concedidas pelos 8 dos 9 governadores presentes ao Palácio da Redenção, ontem, reclamando da inexistência do compensações do Governo Federal diante dos efeitos da Reforma Tributária em fase final de conclusão no Senado mostram a unidade de posições entre Estados no aperreio, diferentemente dos outros momentos em que fazem questão de agir de forma desigual.
Pode parecer estranha essa conclusão, mas não é difícil de entender. Quem conhece bem o traçado político e econômico está calejado de saber que, distante do liseu, a Bahia, Pernambuco e o Ceará tomam conta do filé.
Basta, num exame frio do processo histórico, lembrar onde estão localizados os principais instrumentos de fomento à economia do Nordeste. Qualquer guri sabe que a Sudene (Adene), BNB, Codevasp, etc estão em Recife, Fortaleza, Salvador sem contar a enorme pressão que as bancadas desses Estados têm produzido de fomento ininterrupto na canalização de recursos aparelhando de forma desigual essas bases em relação aos demais estados.
A abordagem aqui não menospreza a importância do Encontro de João Pessoa muito pelo contrário, porque valoriza o sentido coletivo das ações, só que essa conduta precisa ser mais permanente e contínua para ser exercida também na partilha dos recursos e instrumentos construídos a partir do Governo Federal.
Tudo bem que a prioridade de agora é reparar ou compensar as perdas projetadas com as Reformas, entretanto, nem por isso pode-se ignorar o fato de que, quando estão de farol alto, isto é, na disputa dos quinhões maiores, os três Estados pousam como se fossem da região Sudeste, mais desenvolvida economicamente, entravando pretensões ousadas dos estados com histórico de menor pujança.
A síntese da Carta de João Pessoa expõe sem dificuldades a ansiedade governamental em apelar para o Senado como instância legislativa, ainda no sentido de repor formas compensatórias, mesmo sabendo desde já que o Governo por ter maioria dificilmente cederá no nível pretendido pelos governadores.
E o que eles querem? pode indagar um desses tuaregs da Torrelândia buscando se inteirar das novidades. É simples: a compensação requer repasses de recursos, através de programas do tipo Prodetur, Proágua e Alvorada por serem esteio de fluxo bem nutrido de dinheiro novo. O danado é que o Governo Federal já disse no Orçamento de 2004 que não há essa pretendida compensação.
Os governadores querem até um pouco mais: andam chiando porque o transporte escolar vai ser repassado para eles, por isso, projetam dificuldades em dar conta do serviço afetando a vida dos governos diante da LRF.
O fato é que o Encontro teve peso político, pois a exceção de César Borges todos os demais aqui estiveram o vice Tinoco o representou -, deu gás para todos assumirem a mesma ladainha, mas, paciência!, são os Estados menores os mais penalizados e, quase sempre, não tendo endosso em pretensões de dimensão, como aconteceu na definição do Instituto do Semi-Árido, que foi deferência pessoal ao governador com aval dos aliados ao redor.
Tomara que os grandes estados do Nordeste vejam a atual realidade como forma de servir de lição buscando sempre a defesa real da região, e não só quando o nó aperta.
Vice de Ricardo
O deputado estadual Ricardo Coutinho deixou escapar, ontem, que o candidato a vice na sua chapa terá o aval e decisão final do PPS, por entender ser essa a legenda parceira na construção da candidatura ricardiana.
O pré-candidato foi enigmático na revelação neste exato momento. À quem quis dar o recado? indagou-se tanto ontem no Ponto de Cem Réis.
Candidatura própria
O PFL está disposto a lançar candidato a prefeito de João Pessoa. Se depender dos pefelistas presentes, anteontem, na residência do vereador Fernando Milanez essa será a tendência na hipótese de aproximação do PSDB com o PT.
Há, entretanto, quem defenda candidatura própria com ou sem PT no caminho.
A propósito da Paz I
A abertura da Coluna, ontem, abordando o tom de paz do governador Cássio no trato das questões da vida pública estadual deu muito o que falar. A pretensão não era essa, senão expor um flagrante do presente momento da maior autoridade do estado.
Houve quem saudasse com festa, mesmo com um segmento forte local indagando à Coluna se havia como identificar a postura apaziguadora de Cássio no trato de setores da mídia, a começar pelos veículos do Sistema Correio, hoje em visível distanciamento das relações com o Governo.
A propósito da Paz II
O argumento básico estava na existência de pessoas agindo para pressionar empresas a não anunciar no Sistema, fato registrado sem que empresários quisessem falar.
A direção do CORREIO mais uma vez não quis tratar neste espaço da questão. Opta por sequenciar seus projetos.
O bom senso histórico ainda haverá de colocar as coisas no seu devido lugar sem ódio com cada um na sua respeitosamente.
Umas & Outras
… A atriz Marcélia Cartaxo tem sido vista em João Pessoa enfronhada em debates e conversas no Festival Nacional de Arte, hoje, em pleno sequenciamento. Rejuvenesceu.
… Justiça seja feita: a organização do Fenart anda afinada na condução da estrutura do festival.
… Volto a repetir: Totonho e os Cabra estão chegando para show no Fenart.
… Chico César passou a semana passada em evidência na TV Educativa, do Rio de Janeiro, com direito a três dias seguidos de entrevista.
… Renata Arruda, também made in pb, esteve no mesmo espaço semanas atrás.
Última
` Se quer mandar flores/
que me mande agora…´
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