Geral
Causas e efeitos do Caso Renan
13/09/2007
Foto: autor desconhecido.
BRASILIA – Não teve jeito: mesmo com toda a macro pressão produzida pela Grande Midia nacional, o Senado Federal decidiu em voto secreto, por 40 a 35 mais 6 abstenções, manter o mandato do senador Renan Calheiros na presidência do Senado.
Em síntese, o Senado considerou que inexiste prova cabal suficiente para cassar o mandato do parlamentar alagoano a partir de denuncias da ex-amante Mônica Veloso sobre condições de pagamento de pensão. Mais do que isso, os senadores decidiram não se sub-julgar às determinações de um conjunto de veículos tomados de um mandonismo insustentável para os dias de hoje.
Diferentemente do juízo de valor do senadores, na opinião pública, pelo menos em parte dela a mais atingida pela campanha sistemática de 120 dias contra Renan admite-se que o clima de frustração se fez sentir na proporção inversa de desgaste à imagem da classe política.
Mas, sem que desçamos aos detalhes, o resultado constata mais uma grande derrota dos principais veículos de comunicação do Pais Sistema Globo, Veja, Estadão e companhia inteiramente tomados de uma falsa moral, que não conseguiu esconder muita arrogância, preconceito e presunção de domínio da consciência nacional, embora inútil diante da nova realidade.
Usaram ( e novamente perderam) da mesma intolerância contra o Governo Lula até hoje.
Como oportunamente disse Paulo Henrique Amorim, bem diferente da reação posta sob a faca no pescoço funcionando no Judiciário, o Senado não embarcou nessa condução política, ao mesmo tempo ideologicamente conservadora, em nome de uma moral tênue e maniqueista.
Se reparar direito, o processo de Renan parece ter chegado a esse estágio por força do instituto do voto secreto condição que permitiu diversos senadores de votar no que queriam, cujo posicionamento não se tem como certo ter sido apresentado se o voto fosse aberto com transmissão ao vivo pela TV.
Além do mais, os reais motivos para a massacrante campanha contra Renan não revelam todas as verdades geradas por possibilidades reais de CPIs contra grandes veículos de comunicação causa central, dizem nos bastidores, para todo esse processo de perseguição sistemática.
Pior é que, alguns parlamentares treinados de cães raivosos, se dispuseram à fama com exibição de moralismo midiático, que se não se sustenta pela cultura de morcegos construídos ao preço e condição de sanguessuga de seus próprios pares querendo beber o sangue a qualquer preço de 30 segundos no Jornal Nacional.
O resultado, por tudo o que se viu posto ao longo do tempo, deve de fato gerar desgaste para o Senado até quando a sociedade, que não é boba, discernir o mel do cabaço num roteiro onde muitos personagens aparentemente honestos não se sustentam com dois dias de CPI.
No mais, agora é saber como Renan se sustentará diante da campanha a ser mantida, sabendo-se desde já que, sabidamente, não partiu para a comemoração, o deboche e, como se diz na Torrelândia, não pisou na carne seca.
Trocando em miúdos, o Senado rebelou-se contra a faca no pescoço.
Votos da Paraíba
Os senadores José Maranhão e Cícero Lucena logo que saíram da sessão expuseram seus votos, um a favor de Renan e o segundo pela cassação seguindo o voto do PSDB.
O mesmo dir-se-ia de Efraim Morais.
Aldo e a Paraíba
Ontem, durante um bom tempo de avaliação, estivemos com os deputados Manoel Junior, Marcondes Gadelha e Aldo Rebelo.
O ex-presidente da Câmara rememorou conosco os tempos idos da militância universitária, quando o Curso de Comunicação da UFPB era vanguarda das lutas democráticas.
Lembramos dos congressos, a partir do Enecom, em Brasília, e de muitos companheiros / lideres, a exemplo de Peninha, Walter Dantas, Adeildo Bezerra, Aninha Sá e tantos outros.
Aldo lembrou das inúmeras viagens a João Pessoa, Campina, Patos, Pombal, Sousa e Cajazeiras.
– Tempos bons, aqueles confessou.
Tempo quente
Agora, Hervazio Bezerra deve enfrentar momentos de muita turbulência com a decisão de Watteau Rodrigues de expor os dados da Secretaria de Saúde à época do atual vereador do PSDB à frente da Pasta.
Vai azedar em muito o clima.
O que falta
Por telefone, ontem, o senador José Maranhão disse que espera ajustar algumas poucas posições para levar ao Governo Federal a lista definitiva dos cargos.
Um dos grandes entraves é, de fato, o DNIT.
Última
Não adianta ir à igreja rezar/
E fazer tudo errado…
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