Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

Carnaval, torpor e Zeca de nós


16/02/2007

Foto: autor desconhecido.

Para Mano Duda, Crispim, Marcos Borges, Lila e as almas gêmeas

Não tem uma pessoa na Paraíba, mesmo longe daqui, que não esteja sob efeito do carnaval ou de seu contra-ponto, a religiosidade, o retiro ou até mesmo a distância da folia.

Tem gente para todo o gosto. Nem falo dos viciados em ´politica´- estes órfãos de novidade porque a moçada responsável pelo bafafá resolveu passar o carnaval desligado da conspiração.

Nem sei se todos da ´politica´estão mesmo nessa lógica, quando vejo Faito Filho – é assim que chamam na intimidade o deputado federal Efraim Filho – ´brincando´carnaval em Catolé do Rocha, reino dos Maia, Suassuna e deserdados.

Está claro com esse flagrante que o senador Efraim Morais é o único líder político já de agora grudado, feito grude mesmo, na vontade de chegar ao Palácio da Redenção. Por isso ele não falta a uma missa, aniversário, batizado, macumba – seja lá o que for – porque é predestinado, maluco por botar a ‘ b´ – de tamanho máster – no bom sentido, na cadeira principal do Palácio da Redenção.

Muita gente pensa isso, ou seja, todos os políticos não tiram o olho da famosa cadeira, só que a danada cabe só para poucos. Por isso mesmo, não vejo chances a curto prazo para ter um torrelandense dos bons, atrevido – num sei, mas numa geração futura, quem sabe isso possa acontecer.

Para resumir: de todos os nomes lembrados para 2010, só Efraim já está em campo mesmo, de camisa vestida, diferente dos que, como Ricardo Coutinho, Veneziano, pretendem mas não podem assumir esse manequim mesmo porque têm no caminho uma tal de reeleição – espécie de prova ainda preliminar – para dar ou não condição a pensar no que Efraim já faz.

Mas, abstraindo essa conversa repetitiva, sei que o carnaval permite reflexão, descanso – para os descansados e desprovidos do veneno torpor carnavalesco, e muita gente da política está mesmo longe da peleja dura de viver o tempo só falando de candidatura pra la e para cá.

Eu mesmo, que assumo gostar de carnaval, vou misturar o ouvido e corpo (já afetado com o tempo) em audição e pula-pula em Barra de Gramame (Os Manicacas), no Carnaval Tradição, a zoeira de Olinda, Recife e Salvador, mesmo assim, cá pra nós, nada supera uma audição serena acompanhando o ultimo DVD de Zeca Pagodinho – seguramente um de nossos maiores representantes da cultura popular ascendente, sem precisar de safadeza, advindo de agruras como as que passei nos tempos de pobre no bairro da Torre.

Sei lá, a hora é de contemplatividade e/ou de torpor – cada um faz sua opção, mas neste momento vou devagar segurando a bandeira do samba, da cultura, antes de encarar numa boa o estandarte do poder, hoje numa mão, amanhã noutra, e o povo, – tadinho dele, ainda esperando um amanhã de felicidade, acostumado com esse eterno carnaval.


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