Cultura

Candidatos a prefeito esquecem a Cultura


16/10/2020

Imagem ilustrativa - Galo da Madrugada, o maior bloco carnavalesco do mundo, movimenta a economia e gera um público de até dois milhões de pessoas

Já escrevi aqui nesse mesmo espaço, outras vezes, que falando em economia, a arte e a cultura no mundo perdem lugar no ranking apenas para a indústria automobilística. Nem o esporte, nem o turismo. É a indústria cultural, envolvendo todo o seu universo de opções que abrange naturalmente essa boa fatia da economia global. Porém, se o leitor tiver ainda dúvida, vou sugerir observar os diversos públicos que consomem, por exemplo, cinema, circo, shows de músicas, dança, teatro, salões de artesanato, bares, restaurantes, e aqueles que participam de feiras literárias, exposições, festivais de inverno e outros, eventos de diversos setores. Também, que consomem televisão, vídeos, internet, fotografia, artes plásticas, cursos, que baixam conteúdos fazendo streamings, e muito mais.

O fantástico mundo da cultura, e seus grandes eventos, folclore e tudo o mais, para falar a verdade, vem de longa data, vem de séculos. Não seria agora, de um para outro momento, que iria acabar. Ou, simplesmente, pela vontade de um Governo destruidor, que nega e distancia, que não tem formação, que acaba com ministérios, corta verbas, limita recursos e investimentos, e não reconhece a sua importância e valor. Um governo que despreza, por exemplo, os números dos direitos autorais, ou, apenas ficando por aqui, os impostos movimentados a partir dos grandes eventos, a geração de emprego e renda.

Nas ações de consumo, a formação de filas que enriquecem as bilheterias do cinema americano e demais nações, dos esportes incluindo música e dança, do turismo envolvendo ilhas temáticas, sítios e patrimônios históricos, museus internacionais, grandes festivais como o Rock in Rio, no Brasil e na Europa, e o Lollapalooza, eventos de Verão, o Carnaval, as festas juninas de São João e São Pedro, Paixão de Cristo, entre tanta outras.

Como não bastasse, toda a população que trabalha envolvida nesses eventos produzindo, promovendo, executando. São, além dos artistas, autores, diretores, os técnicos, assistentes, empresários, estúdios, milhares de empresas, fornecedores, patrocinadores, e toda uma rica cadeia produtiva.

Voltando os olhos para a nossa campanha eleitoral 2020, especificamente falando dos candidatos a prefeito de João Pessoa, parece que houve um total esquecimento da classe artística, dos produtores de arte e cultura, desses elementos que motivam e movimentam a economia, a exemplo do que acima mencionamos. Aqui e acolá, aparece um candidato a vereador que toca no assunto, como a produtora e diretora Kalline Brito, que realiza anualmente grandes produções empregando artistas e técnicos na Paixão de Cristo, do bairro dos Bancários, ou o Alto da Luz, e uma série de outros espetáculos, inclusive dirigidos para o público infantil.

Os candidatos da Capital e interior, é unânime dizer, quase não falam em propostas para a área cultural. Os artistas formam assim uma classe esquecida. Fora dos propósitos dos futuros prefeitos. Embora, uma vez eleitos, terão de administrar grandes demandas como, no caso, em João Pessoa, com a realização da prévia carnavalesca Folia de Rua, Paixão de Cristo, São João, e outros, e ainda, sendo uma gestão inteligente, trazendo de volta os grandes eventos de verão atraindo milhares de turistas e patrocinadores, movimentando ainda mais a economia da cidade. É isso.

Foto ilustrativa (internet): Galo da Madrugada, Recife PE, autoria de Aldo Carneiro/Pernambuco Press.


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