Geral
“Caminhos cruzados”
19/03/2014
Foto: autor desconhecido.
No início do movimento musical chamado “bossa nova”, Tom Jobim e Newton Mendonça, em 1958, compuseram “Caminhos Cruzados”. Originalmente foi gravado por Sylvinha Telles e depois fez grande sucesso na voz de Gal Costa. A canção fala do encontro de duas pessoas que viviam a saudade de amores recentes e resolvem tentar construir uma nova história sentimental.
“Quando um coração está cansado de sofrer/encontra um coração também cansado de sofrer”. O personagem da música revela o acontecimento de um encontro entre dois corações sofridos. Ele se diz decepcionado com a sua experiência amorosa e, por isso, está de alma ferida, lamentando a falta de sorte nos envolvimentos sentimentais até então vividos. No entanto, por obra e graça do destino, surge no seu caminho alguém que passa pela mesma situação. Ambos são vitimas de desventuras amorosas.
“É tempo de se pensar/que o amor pode de repente chegar”. Renasce a esperança de que a chama do amor possa novamente acender em seu coração. O acaso que une dois românticos desafortunados pode ser o sinal de que subitamente suas almas se descobrem e se afirmam como novos enamorados.
“Quando existe alguém que tem saudade de outro alguém/e esse outro alguém não entender”. Ao perceber que o sentimento de saudade que carrega no seu pensamento não é compreendido pela pessoa por quem está sofrendo sua ausência, é preciso ter a consciência de que realmente o envolvimento que protagonizaram enfim chegou ao seu encerramento. O remédio é se conformar e esquecer o tempo que passou.
“Deixe esse novo amor chegar/mesmo que depois seja imprescindível chorar”. Então abre as portas para a nova chance de amar, vale a pena tentar. Ainda que no futuro tudo isso possa ser motivo para voltar a chorar. A vida se constrói com o aproveitamento das oportunidades que nos são oferecidas.
“Que tolo foi eu que em vão tentei raciocinar/nas coisas do amor que ninguém pode explicar”. O amor tem mistérios indecifráveis que não adianta querer entende-los. Somos surpreendidos por eventos inimagináveis que causam dissabores e sofrimentos. Tolice continuar buscando causas de fatos que tiraram a paz e a alegria num idílio amoroso.
“Vem, nós dois vamos tentar/só um novo amor pode a saudade apagar”. O “eu lírico”, portanto, chama sua companheira de sofrimento para apostarem na construção de um novo amor, porque só assim, ambos, apagarão de suas lembranças os amores passados. Acredita que uma nova paixão fará desaparecer em definitivo a saudade que maltrata seus corações.
• Integra a série de Crônicas “PENSANDO ATRAVÉS DA MÚSICA”.
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