Cultura

Barack Obama, Política e Economia – Onde estão as mulheres ?


17/11/2020

Ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defende a inserção das mulheres no mercado de trabalho e mundo político.

* Para:  Leilah Luahnda, Marilene Galdino, Kalline Brito, Zezita Matos, Sandra Marrocos, Maria Valéria Rezende, Morgana Morais.

                Na noite de ontem, 16.11, pudemos assistir a inteligente entrevista do ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao comunicador Pedro Bial, da rede Globo. Show! Voltaremos ao assunto mais adiante, nesse mesmo texto…

Antes mesmo de entrar propriamente no assunto em foco, gostaria de registrar aqui a falta de representação feminina na Câmara Municipal de João Pessoa. Bem diferente do resultado de Campina Grande, que é considerada uma cidade conservadora, mas que soube dar seu recado. E João Pessoa perde assim, com a eleição deste ano, a oportunidade de avanços sociais nos próximos anos, no estado da Paraíba – este, lá fora tão conhecido pelo refrão “Paraíba, mulher macho, sim sinhô”, a famosa frase contida nos versos de um dos sucessos do Rei do Baião, Luiz Gonzaga.

Pois bem, cá estamos com o resultado da reeleição de apenas uma mulher, Eliza Virgínia (defensora fiel de Jair Bolsonaro e suas ideias retrógadas), para os próximos quatro anos na Câmara Municipal. E o que isto significa, se contarmos em número a população feminina de João Pessoa? Como mensurar uma população de mulheres sendo representadas na maioria apenas por homens, em sua maior parte machistas?  Que resultados se pode esperar desse grupo de vereadores?

Voltando à entrevista de Barack Obama, ele está lançando um livro, ‘Uma Terra Prometida’, sobre memórias da sua trajetória até a Casa Branca e sua carreira política. Ele é um homem nobre, com autoridade, dignidade e honestidade para falar sobre representação negra, desigualdades sociais e econômicas, posicionamento das mulheres no mundo, preconceito e contemporaneidade, e muito mais. Durante a entrevista Obama coloca que uma sociedade que nega o empoderamento das mulheres está perdendo a luta. Por que, segundo ele,  abdicar da força de trabalho e da inteligência das mulheres é cortar pela metade o potencial econômico dessa sociedade e não avançar. Raciocínio mais que justo e reconhecedor da representatividade do sexo feminino.

Observando as nossas propostas de campanha, dos candidatos a prefeito de João Pessoa, é notório um quadro que pouco se preocupa em diminuir as distâncias, oprimindo cada vez mais e velando o papel da mulher na Paraíba.

São propostas quase como que bulas de remédios, prontas, preparadas, específicas, mas que deixam de lado e não valorizam, não falam de políticas para mulheres que, diga-se de passagem, formam maioria na população, como não falam também de investimento em cultura e já esquecem até o turismo, coisa de que se arriscou falar no início da campanha.

Outro dia, escrevi sobre distinção racial, onde defendia os negros e no conteúdo do texto contei a experiência vivida com duas ex-namoradas negras com quem estive no passado. Fui por isso ameaçado por uma representante de classe social que se sentiu ofendida e disse que eu era um branco velado de negro, e que iria me denunciar junto ao movimento negro e fazer cortar minha cabeça. Num ato menos de covardia, mas de ponderação, para mesmo evitar polêmica desnecessária, fiz a opção por retirar o texto do ar. Gosto de escrever coisas para promover pessoas, mas nem sempre somos devidamente bem interpretados.

Os tempos andam apresentando movimentos separatistas, tragados de ódio incentivador do enfrentamento a qualquer preço, a exemplo, inclusive, das atitudes do presidente do país, um influenciador de comportamento desgastante e estressante entre o povo do próprio Brasil. Lamentável.

É importante, e há ainda tempo para que sejam pontuadas estratégias referenciais que venham caber com respeito às mulheres na política e na sociedade. É necessário abrirem-se as portas, políticas de inserção e emprego para mulheres no mercado de trabalho, com capacidade de desenvolver ciências e tecnologias e ampliar seus relacionamentos. Afinal, queremos ser justos e democráticos, mas como sê-los sem a participação das mulheres? Como crescer amordaçando a fala de milhares de mulheres na Capital, no estado, no país?

Hora de cobrar atenção especial do próximo prefeito, seja Cícero Lucena ou Nilvan Ferreira, para esse público eleitor que também escolhe, vota e decide sobre quem irá administrar a cidade. Onde, afinal, estão as mulheres?


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