Cultura
As políticas culturais, a realidade nua dos artistas e a contribuição de Cida Lobo à gestão muito além do canto soberano
01/11/2024
A mobilização artística em João Pessoa para a Coletiva de música na segunda-feira, 3, no Espaço Cultural em prol da vida e obra de Pedro Osmar tem causado muito frisson e articulações em vários níveis. Um desses movimentos nos remete à autora da Lei Canhoto da Paraíba, ex-secretária de Cultura, Cida Lobo, que agora está em vias de abrigar Pedro.
As novas gerações não dimensionam mas a inquietude de Cida Lobo lá no Governo Cassio construiu ainda a primeira lei de incentivos culturais do Estado perpassando à construção da Lei de proteção aos Mestres e Maestrinas de Cultura, onde nela sobrevivem até hoje gente do talento de Cátia de França.
Em tempo: quem nunca viu não sabe o que perdeu de constatação do vibrato, timbre de voz e performance interpretativa do cancioneiro popular em torno da voz de Cida Lobo, uma exímia cantora que resolveu egoisticamente só cantar para ela no seu recato. Voz perfeita, diria Carlos Aranha.
O SIGNIFICADO DA LEI
Numa conversa transcendental mas emocionante pelo nível de sensibilidade de Cida ao saber de Pedro Osmar, ficamos sabendo que a Lei Canhoto da Paraíba surgiu a partir de um AVC no artista famoso e que no programa só há vaga para 30 personalidades. Pela regra só entra um quando outro se vai.
Há critérios forjados na sabedoria contemporânea obrigando uma instituição cultural sem fins lucrativos a indicar um(a) novo(a) beneficiada(o), a exemplo de Pedro, para impedir que o programa seja um cabide de emprego político. Muito bem amarrado, por sinal.
Aliás, mesmo com as amarras, nem falei para Cida Lobo, mas a barra anda tão ruim para diversos artistas que sou dos que defendem dobrar a quantidade de beneficiados para 60
com os mesmos critérios existentes para tirar tanta gente da dor.
Em síntese, nos tempos de tanta intolerância e agressividade como moeda de troca cabe bem neste momento um gesto soberano da Assembleia Legislativa em ajustar o programa para atender gente artista necessitada. É isso.
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“Eu fui feliz/ lá no Bodocongó/ no meu barquinho de um remo só”
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