Sociedade
Aprendendo e esquadrinhando
22/02/2025

A esta altura do campeonato não me custa muito dizer o quanto articuladas estão as histórias em quadrinhos e os livros escritos com os propósitos de esquadrinhar (sem intenção de pleonasmo) à matéria de que vai levar o leitor, jejuno ou não, a percorrer, em expressão mais simples, a essa viagem inesperada, de modo agradável e seguro. Passo a passo, rincão por rincão, do mundo das ideias.
Li, as torrentes, histórias em quadrinhos, de toda a ordem, matéria muito diversa. Outro dia, comprei, apenas por curiosidade, uma raridade: a biografia de Caxias. Havia lido e relido algumas vezes, na infância. Não tinha a sofisticação da indústria americana. Desenhos em preto e branco, talvez “nanquim”. E quase a totalidade de gibis foi fruto de escambo, nas matinês e matinais dos cinemas Rex, Municipal e Plaza.
Tempo que ficou, todavia, marcado. Como ficaram marcadas muitas outras. Vultos da história, inclusive Tiradentes. Se isso serviu de alvará ou passaporte para transitar em vasta literatura mirim, não sei ao certo, porque não fui incomodado, admoestado ou advertido sobre o dispêndio de tempo; em vez do material paradidático da atualidade. O momento foi tão aberto com essa leitura, carregada de sofreguidão; tanto que cheguei a esquecer o que havia lido, mesmo que me fizesse atenção à vista de algum exemplar ou edição recuperada.
Tais revistas, as dezenas, não chegaram a ser colecionadas. Nem mesmo os quadrinhos, “flagrantes da vida real”; ou as tiras em revistas avulsas, com sequências de ilustração. As tiradas ou tirinhas eram ansiosamente buscadas, tanto quanto às sequências para aficionados de enxadrismo, como fui, em algumas fases remotas da minha história menos recente. A biografia de Caxias teve a autoria de ilustre paraibano General Massa. Autor de dois livros, obra de difícil acesso, e sobre fato ainda a ser descosturado, em sua inteireza e integridade: “A Candeia debaixo do Palheiro”. É de aspecto instigante da Revolução de 1930, a peculiar abordagem. Já o outro, a ter merecido registro, de acústica significativa de Agripino Grieco, na década de 30 (Boletim de Ariel, 1935); é o sem quase algum registro na Paraíba de Demosthenes Massa, cujo título é algo como “Contos de Sairy”, livro de estreia, de costumes do Norte. Incorporando-se à febre do romance de 30.
Os “flagrantes da vida real”, “rir é melhor remédio”, “meu tipo inesquecível”, foram outras capitulações sequenciais na Revista de Seleções, do Reader’s Digest, imperdíveis na juventude e adolescência, desse inesquecível tempo. De indagações bravias a respostas simples. De séries e seriados, do meio do último século. No mundo das ideias também sempre vamos e voltamos.
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