Na semana em que a grande polêmica da cidade foi Ariano Suassuna, artista que admiro, reverencio e dou gargalhadas todas as vezes em que tive o privilégio de assisti-lo, contando as `mesmas´ estórias…, mas como professora de língua e literatura estrangeira, me dou o direito de dar um título à minha crônica da semana em Inglês. Afinal hoje é dia de Oscar, e estamos concorrendo à quatro estatuetas, com o filme Cidade de Deus (Fernando Meireles) e o curta `Gonne Nutty´(Carlos Saldanha).

Não vou aqui fazer apologia ou crítica ao Oscar. Pessoas credenciadas o fazem todo o ano e todo mundo sabe o que essa festa significa: mercado, dinheiro, etc…Mas como uma amante do cinema não perco uma entrega desde os tempos que Marlon Brando mandou uma índia receber o prêmio por ele, acho que pelo filme Apocalipse Now. E todo ano é a mesma coisa. Entrego-me ao glamour da festa, e do fascínio das estrelas. Acho que é uma continuação do escuro da sala de cinema e do mergulho em uma boa estória. Sem falar que sempre tem um ídolo ou outro sendo indicado e o nosso imaginário fértil com os nossos astros de sempre. Este ano tem Clint Eastwood!

Já assisti: O Último Samurai (Valeu pelo Japão e pelos samurais – Tom Cruise não está na minha lista…), De Meninos e de Lobos (maravilhoso – a estória, o clima, a precisão, e claro Clint e Sean Penn), 21 Gramas ( saí do cinema com um soco no estômago, de novo Sean Penn e uma interpretação magistral de Naomi Watts, e Benício del Toro, seu nome já antecipa o papel que desempenha), O Mestre dos Mares ( e viva o cinema aventura, para nos lembrarmos do cine Rex. O capitão, seus marujos, o médico , as ilhas Galápagos, um navio fantasma, e uma fotografia de congelar um oceano assustador em busca da ameaça de uma Moby Dick, talvez), e estou pronta para assistir Piratas do Caribe, infelizmente no vídeo, hoje, domingo a tarde. Feliz Matinê! Jonny Deep faz parte do meu coração de fã!

E claro, torço por Cidade de Deus, que já me emocionei de cara com a cena de abertura, com aquela galinha co coricó, deixando o espectador com o folêgo curto. No quesito violência, 21 Gramas foi o fundo do fundo do poço. É a tragédia humana e sua superação que me comove, contada de trás para frente num elogio à fragmentação Mesmo trôpega e triste, todas as gramas do Cinema, valem a pena!

Cada vez mais o fazer de um filme me fascina. Desde a escolha do set , passando pela escolha do ator específico, o mergulho na interpretação, a montagem, a trilha sonora, culminando com a projeção de um todo que as vezes leva-se mais de ano para concluir. Sou chegada a um making off (ih! O inglês de novo), com todos os bastidores. Cinema para mim ainda é a melhor diversão! Todos os tipos, todas as emoções, todas as procedências. Foi uma boa estória e um bom filme, pronto! Faroeste, comédia romântica, épico, musical, aventura, suspense, serial killer, policial e claro drama (o meu gênero favorito). Adoro cinema Europeu, mas como negar um bom filme americano? E o cinema Brasileiro das últimas décadas? E o Vietnamita? O Iraniano? `As Lanternas Vermelhas´ do cinema dos mundos distantes… Enfim… Pena que não vamos assistir Dogville, e para minha tristeza Invasões Bárbaras. Visão curta dos donos das salas, pois o público Pessoense vem lotando as salas, basta conferir o Carnaval não-folião. Tive que ir 3 vezes ao shopping para conseguir assistir um desses filmes. Eis aqui uma nova reivindicação aos exibidores de Cinema para o chamado Cinema de arte, cult, alternativo, independente, ou fora do mainstream. E apesar de não estar no Oscar, vale conferir o filme `Em Nome de Deus´, uma obra prima, sobre a opressão e resistência feminina na Irlanda Católica, e pasmem até ontem – 1996, com o fechamento dos reformatórios chamados de `Madeleine Sisters´.

Já comprei a pipoca, pois a sessão de hoje é na minha sala: and The Oscar goes to…!