A forma primária de comunicação do ser humano é a voz. Ele a utiliza antes de conhecer qualquer outra maneira de interagir socialmente. Através dela conseguimos expressar sentimentos e emoções. A voz é capaz inclusive de marcar a identidade das pessoas. Podemos reconhecer alguém apenas ao ouvir sua voz.

A palavra falada pode demonstrar sensações, intenções, vitalidade. Dependendo da forma como usada, revela entusiasmo, alegria, tristeza, ansiedade, preocupação, cansaço, etc. Portanto, é a voz que coloca nosso estado de espírito à mostra. Depende da entonação empregada, da pausa ou rapidez na sua colocação, da intensidade com que se expõe.

Os grandes comunicadores têm consciência do poder da voz, porque é o instrumento de que se servem para causar boa impressão. Seja no canto, na declamação de uma poesia, ou num discurso, a voz é preponderante para provocar encantamento, sedução, persuasão. A liderança não se manifesta sem o bom uso da voz, porque é a maneira de conquistar credibilidade, confiança.

O domínio e o controle da voz concorrem para que as pessoas possam usar a fala em seu favor. Alterando o tom vocal se consegue prender a atenção do ouvinte, levando-o à melhor compreensão do que quer dizer. Nas circunstâncias em que nos envolvemos em momentos de cólera, promovemos um desequilíbrio na voz, e, aos gritos, partimos para agressão desnecessária. Quando se perde a serenidade, se perde também a capacidade de convencer ou se fazer respeitado.

Portanto, nunca devemos descuidar da necessidade de estarmos sempre educando nossa voz, transformando-a num instrumento poderoso de comunicação. Chacrinha dizia: “quem não se comunica, se trumbica”, mas essa comunicação tem de ser feita no uso correto da voz. Do contrário, torna-se um problema, porque as mensagens que não são bem compreendidas ou bem recebidas, se transformam em palavras vãs, num desperdício do bom aproveitamento das faculdades vocais.

• Integra a série de crônicas “SENTIMENTOS, EMOÇÕES E ATITUDES”.