Ao longo dos anos, desde 1986, exatamente, a cidade de João Pessoa convive com um modelo de pré-carnaval denominado Folia de Rua, inicialmente inspirado em modelo pró estilo frevo, marchinhas, maracatu, etc, até a chegada dos trios elétricos com a base do Axé interferindo na conjuntura.

Esse enfoque na abertura desta análise serve apenas como preâmbulo para contextualizar o imenso efeito histórico que o anúncio de retomada da Micaroa cria na fase de pré-carnaval da Capital devendo fulminar de vez o projeto Folia de Rua.

JÁ AFETA A ABERTURA

Um exemplo antecipado: ao longo da história, a abertura do Folia de Rua acontecia às sextas-feiras no Centro Histórico. Entretanto, ultimamente, para satisfazer o interesse econômico de alguns inseriram o início na 5a feira afetando os pequenos blocos simplesmente visando deixar a 6a feira à saída do bloco Vumbora, de Bell Marques, que bem pode sair qualquer outro dia.

Na prática, antes haviam diversos blocos saindo na sexta, mas com a abertura na quinta-feira somente dois blocos resistem, uma vez que os foliões não podem frequentar na 5a porque têm trabalho na 6a, que assim só beneficia apenas o bloco de Bell Marques.

Só uma atração nacional, como foi Margareth Menezes na 5a não resolve.

ALÉM DO SHOWBUSINESS

Este conjunto de fatores indica claramente que a indústria do showbusiness resolveu interferir de vez na programação cultural do Folia de Rua colocando em alto risco o futuro do evento originário na cidade.

Antes de agravamento e efeitos danosos ao conjunto artístico-cultural de João Pessoa se faz recomendável a constituição urgente de Fórum com máxima representação para construção de um modelo adequado a atender a todos, em especial a parte mais fragilizada, ou seja o Folia de Rua.

PACTUAÇÃO

Leve-se em conta até o anúncio de apoio a essa iniciativa pelo representantes do Governo do Estado e Prefeitura de João Pessoa só projetando momentos de grandes dificuldades futuras para os blocos e Folia de Rua sem a existência de compensações.

Em sintese, se faz preciso, ainda em tempo, que haja capacidade e entendimentos à altura para preservar o que ainda tem de identidade pessoense no pré-carnaval.

ÚLTIMA

“A Folia não pertence a ninguém / tá cada um na sua”