Geral
A outra ‘guerra’ alheia aos comuns
13/11/2007
Foto: autor desconhecido.
Às vésperas da nova sessão no Tribunal Regional Eleitoral retomando a pauta do processo em que o governador Casio Cunha Lima está em julgamento sob acusação de ter se beneficiado do Jornal A União na eleição passada, a briga boa a luta de espadachim mesmo se dá sem que os olhos dos comuns possa alcançar, ou seja, nos bastidores da midia.
É que, nesta terça-feira, o portal Correio deu destaque a uma informação divulgada noutro portal, o Jampa News, acusando os advogados do governador de estarem pressionando os juizes para interferir no processo.
Não durou meia hora para, imediatamente, os advogados de Cássio saírem com nota, através do PSDB, acusando o Sistema Correio de plantar outro clima de manipulação de dados querendo, aí sim, dizem os operadores do direito, atingir os juizes da Corte, a exemplo do que se deu no julgamento passado.
Tudo começou quando o juiz Nadir Valengo pediu vistas do processo de A União. Mesmo acusado anteriormente de beneficiar a causa perpetrada por advogados do senador José Maranhão, Nadir passou a ser vigiado, segundo fontes, e a sofrer pressão do Sistema Correio como a querer interferir no voto do magistrado.
É a partir desse cenário imaginado, que no meio da tarde o Jampanews, de propriedade de Lelo Cavalcanti, acusado pelos advogados de Cássio, de ser assessor do senador Maranhão para quem trabalhou na campanha, veiculou matéria aproveitada na seqüência no Portal Correio e desmentida integralmente pelos advogados Luciano Pires, Delosmar Mendonça e Fabio Andrade gerando toda essa confusão.
Até o inicio da noite o Sistema Correio não havia se pronunciado sobre o assunto denunciado pelos advogados do governador. Em nota, eles acusam o Correio e dizem abertamente:
Nenhuma manipulação de fatos e de opinião pública poderá derrotar, em definitivo, a força do direito e da verdade. Não há Correio no mundo que nos acovarde diante de nossas convicções. No momento em que não mais acreditássemos nesses valores, não apenas abandonaríamos a causa que abraçamos, como ainda deixaríamos a profissão que amamos.
A Nota na íntegra
tal Correio da Paraíba repete, nessa terça-feira, o que faz à exaustão há muito tempo: cria supostos fatos para tentar manipular a opinião pública, inclusive instituições, e levá-las a aceitar suas teses e acolher seus interesses. Dessa vez, o Portal Correio repete matéria absurdamente falsa inventada por um site de assessores do senador José Maranhão, tentando jogar juízes do Tribunal Regional Eleitoral contra os advogados de defesa e contra o Governador Cássio Cunha Lima. O discurso se repete nos portais e em todo o Sistema.
Há muito tempo o Correio inventa fatos e de tanto repeti-los nos veículos de seu Sistema, induz pessoas de bem a admitir como verdade o que não passa da mais despudorada fantasia. O fato se repete. É o estilo Correio de falsear a realidade. Um dia a Paraíba aprenderá a desprezá-lo.
Acreditamos na força do direito que advogamos e na verdade das causas que defendemos. Agimos com todo o entusiasmo e confiança nos tribunais, rigorosamente dentro dos ritos e dos preceitos legais. Quem tem a seu lado a verdade não precisa de sombras.
Nenhuma manipulação de fatos e de opinião pública poderá derrotar, em definitivo, a força do direito e da verdade. Não há Correio no mundo que nos acovarde diante de nossas convicções. No momento em que não mais acreditássemos nesses valores, não apenas abandonaríamos a causa que abraçamos, como ainda deixaríamos a profissão que amamos.
Detalhe
A reportagem veiculada no Jampanews e no Portal Correio foi retirada do ar no inicio da noite.
A outra verdade de Che
José Dirceu, ex-ministro do Governo Lula e um atento político do Brasil, não perde uma informação preciosa. Foi no seu blog, que consegui me atualizar sobre recente carta enviada pelo repórter Jon Lee Anderson, biógrafo de Che Guevara, ao também repórter Diogo Schelp, da Revista Veja, acerca de certa matéria de capa da publicação.
O teor da missiva é extremamente acre e desnuda conceitos emitidos na reportagem. Leiamos conjuntamente o que disse o repórter internacional:
“Caro Diogo,
Fiquei intrigado quando você não me procurou após eu responder seu email. Aí me passaram sua reportagem em Veja, que foi a mais parcial análise de uma figura política contemporânea que li em muito tempo. Foi justamente este tipo de reportagem hiper editorializada, ou uma hagiografia ou como é o seu caso uma demonização, que me fizeram escrever a biografia de Che. Tentei por pele e osso na figura super-mitificada de Che para compreender que tipo de pessoa ele foi. O que você escreveu foi um texto opinativo camuflado de jornalismo imparcial, coisa que evidentemente não é. Jornalismo honesto, pelos meus critérios, envolve fontes variadas e perspectivas múltiplas, uma tentativa de compreender a pessoa sobre quem se escreve no contexto em que viveu com o objetivo de educar seus leitores com ao menos um esforço de objetividade. O que você fez com Che é o equivalente a escrever sobre George W. Bush utilizando apenas o que lhe disseram Hugo Chávez e Mahmoud Ahmadinejad para sustentar seu ponto de vista. No fim das contas, estou feliz que você não tenha me entrevistado. Eu teria falado em boa fé imaginando, equivocadamente, que você se tratava de um jornalista sério, um companheiro de profissão honesto. Ao presumir isto, eu estaria errado. Esteja à vontade para publicar esta carta em Veja, se for seu desejo.
Cordialmente, Jon Lee Anderson”.
Última
Oh Deus salve o oratório/
E a hóstia consagrada…
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