Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Paraíba

A oficina escola


27/11/2020

Foto: G1

Ao assistir um dos mais recentes debates entre os candidatos que disputam o segundo turno das eleições para escolha do futuro prefeito de João Pessoa, fiquei extremamente feliz em ver que um dos candidatos, Cícero Lucena, manifestava publicamente seu interesse em reativar a Oficina Escola de João Pessoa. Isso soou como música para meus ouvidos.

Para quem não sabe a Oficina-escola de Restauração dos Bens Culturais de João Pessoa nasceu em agosto de 1991, através de um convênio firmado entre o Governo do Estado, a Prefeitura de nossa capital e a Agência Espanhola de Cooperação Internacional, integrando um projeto ousado que previa ações de revitalização do nosso centro histórico, capacitando jovens em condições de vulnerabilidade social para ofícios na área da construção civil.

A primeira obra restaurada foi o antigo Hotel Globo. Para execução dos trabalhos os alunos recebiam aulas de História, Geografia e Técnicas Construtivas. Ao mesmo tempo, eram ministradas oficinas de alvenaria, carpintaria, jardinagem, marcenaria, pintura e serralharia. Em síntese, os operadores dessa obra de Restauração do Centro Histórico eram jovens que residiam na área geográfica onde a cidade nasceu. Soma-se aí a relevante importância socioeducativa do projeto, além do tão sonhado desejo de promover a revitalização do nosso Centro Histórico.

Ao assumir a coordenação da COPAC, me entusiasmei em tentar reativar a escola que morria por inanição. Foram cortadas as verbas que lhe davam sustentação. Fiquei falando sozinho. Não encontrei o apoio oficial que necessitava para tornar efetiva a intenção. Ouvidos se fizeram moucos. Algo que até hoje não consigo compreender.

Me vejo agora, tomado de entusiasmo, de que a ideia está renascendo. A esperança se renova. Tenho absoluta convicção de que a iniciativa contará com o apoio decisivo do governador João Azevedo. A parceria Estado/Pmjp voltará a ser exercida.

Como sou um permanente sonhador, já imagino seja esse o ponto de partida de uma grande ação conjunta envolvendo todas as organizações que têm responsabilidades institucionais ou legais (IPHAEP, IPHAN, Ministério Público, universidades, entidades culturais, etc.), com a preservação e valorização do nosso patrimônio cultural, na formulação urgente e imediata de uma intervenção responsável e bem planejada para a retomada do movimento sócio, cultural, turístico e econômico do nosso sítio histórico.

O otimismo com o nosso futuro ressurgiu. A cultura paraibana agradece.

Rui Leitão


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