Depois de um dia agitado nada melhor do que, no silêncio da noite, “cair nos braços de Morfeu”. Repousar a cabeça no travesseiro e dormir o sono dos justos. Mas, nem sempre é assim que acontece.
 

As inquietações com as mais diversas atividades diárias, muitas vezes, nos perseguem fervilhando os pensamentos que nos rouba a paz e o sono. É nesse momento que se diz: “A noite é uma boa conselheira”. Nela podemos, na solidão noturna, ajustar as ideias na busca de soluções para o que nos pertuba.
 

Pessoalmente não concordo muito com esse ditado. A noite potencializa os dilemas e as apreensões. É no silêncio da noite, que vem a impressão de que o mundo parou e nos deixou sozinho com nossas dificuldades. Não conseguimos raciocinar com tranqüilidade. Carregamos aquela sensação de vazio na “boca do estomago”, o frio do desamparado, uma carência de solidariedade. A noite traz um estado de insegurança e orfandade.
 

Deve ser por isso que no período noturno aumenta-se a busca da proteção divina. Roga-se a Deus, única companhia do momento, o seu auxilio, o seu conselho e sua sabedoria para soluções dos problemas e dos desafios do amanhã.
 

Sinceramente não gosto muito dos conselhos da noite. Eles mais assustam do que acalmam; mais perturbam do que tranquilizam; mais apavoram do que controlam o emocional.
 

Essa expressão popular “A noite é boa conselheira” sinaliza mais para uma esperança, assim como disse o poeta, “Apesar de…. amanhã há de ser outro dia”. Um novo dia.
 

* Integra a coletânea de textos que intitulei “REFLETINDO A SABEDORIA POPULAR (ditados, expressões e provérbios)”.