Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

A morte de Anacleto e do estilo pop Policial primitivo


07/06/2016

Foto: autor desconhecido.

A casa de velórios Rosa de Saron abriga desde cedo desta terça-feira de sol metido a se impor por mais tempo, o corpo do multimidia Anacleto Reinaldo, o mais famoso dos apresentadores de temas Policiais da cidade, mesmo levando em conta a safra de novos âncoras buscando se afirmarem neste dificil meio de trato jornalistico.

Anacleto Reinaldo é o “último dos moicanos”, ou seja, da safra anterior dos reporteres policiais ascendentes ao novo frisson da midia chamada Televisão.

Até bem pouco tempo atrás, de uns três anos em diante, Anacleto perdeu a condição de Pop Star diante de outros profissionais que mesclaram a cobertura policial com as reclamações cotidianas dos setores mais populares, absorvidos por Samuca Duarte e Mofi.

DO RÁDIO PARA A TV

Nos ultimos 50 anos, o mais expressivo repórter e locutor Policial da cidade atendia pelo nome de Enoque Pelágio – amigo de meu amigo Gil Sabino, um estrondo de audiencia na Rádio Arapuan, antes AM até chegar FM, com dominio absoluto do horario.

João Pessoa parava para ouvir Enoque e seu estilo inconfundivel tratando dos fatos policiais mexendo com pobres (estes a base do noticiario) e dos ricos também.

Pelo rádio outros profissionais também se notificaram, a exemplo de Jair Santana, Marconi Edson (Alencar), recentemente falecido, até Jota Batista, que depois se transferiu para o pop music e reclamações again.

Na atualidade, Vinicius Henriques, da TV Arapuan, é quem se efetiva na cobertura policial distinta, embora existam outros.

ANACLETO, A SIMBOLOGIA

Para se fazer famoso, ele precisou dominar o horário no rádio em diversas emissoras, mas na Correio ele popularizou-se muito mais adicionando expressões populares e palavrões sem medo de ser feliz.

Tomou conta da cidade passando a seguir ao veiculo poderoso da Televisão legando o mesmo dicionário e palavreado que a Galera adorava.

Mas, incorreu em erros estratégicos em busca meios de sobrevivência pelo famoso mercado paralelo levando as emissoras a encerrar contratos.

UM FATO SINGULAR, APENAS

Quando presidente da API (Associação Paraibana de Imprensa) recebi uma ligação de uma figura importante da cidade, engenheiro Fernando Catão, reclamando do palavreado de Anacleto chamando todo mundo de corno, cabra safado, etc.

Fui ao Sistema Correio e lá falei das reclamações dos ouvintes ao superintendente Alexandre Jubert. Este, por sua vez, puxou da gaveta uma pesquisa dando Anacleto disparado na audiência. Retruquei em nome dos bons modos e ficou por isso.

Tempos depois, Anacleto foi para outra emissora e passou a esculhambar com Alexandre Jubert, Roberto Cavalcanti, etc. Ato continuo, Jubert me procura e faz a mesma reclamação. Sem argumento, nem aprovação absoluta da conduta de Anacleto, respondi com a mesma argumentação anterior: “ Alexandre, a Rádio Liberdade FM, então pertencente ao usineiro e intelectual Marcus Odilon, deve ter a mesma pesquisa que você usou para justificar a presença dele da forma posta”.

Nunca mais ele falou comigo.

REALIDADE DO RÁDIO

Anacleto fez história e merece registro diferenciado. Em que pese tudo isso, o rádio na versão policial anda nivelando muito para baixo a linguagem para produzir audiencia.

Quem sabe um dia, os empresários e os profissionais entendam que tudo pode ser feito sem precisar de linguagem chula nem de extorsão, como é afeito a profissionais na atualidade para gerar faturamento.

SÍNTESE

Siga em Paz, mestre Anacleto, porque o tinha de ser feito você o fez de forma primorosa.
 


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