Tenho uma dificuldade enorme para acreditar em pessoas que fazem dos seus gestos, atitudes e opiniões, uma inconstância. Elas não conseguem passar firmeza, demonstram fragilidade, volubilidade no proceder, mudam de personalidade ao sabor das circunstâncias, vivem permanentemente em dúvida sobre tudo.

A inconstância é a característica dos que flutuam na vida sem saberem ao certo o caminho a seguir. Facilmente influenciáveis alteram seu comportamento na conformidade dos seus interesses, ou, sem perceber, de interesses alheios. Em razão da sua insegurança tornam-se instrumentos das vontades dos mais espertos. Na linguagem popular são conhecidos como “Maria vai com as outras”.

Na inconstância reside o medo. Está sempre muito forte a sensação de incerteza no que está fazendo ou falando. Por isso mesmo ocorrem as mudanças de ideia com tanta rapidez. A intenção é se ajustar às circunstâncias, na tentativa de agradar o maior número possível de pessoas. É perceptível a necessidade de reconhecimento, admiração e aceitação, no meio em que vive. O processo de desenvolvimento pessoal é uma verdadeira metamorfose.

Quem tem o ânimo dobre não pode sequer ser alguém que se proponha a liderar, exercer posições de comando, porque não revela determinação no que diz e no que fala. Assim suas dúvidas terminam por se transferir para os liderados. Existe também uma máxima da sabedoria popular que nos ensina: “Um rei fraco faz sua gente fraca”. Portanto, uma das primeiras particularidades que se exige de um comandante é sua capacidade de manter-se coerente nos seus discursos, firme nas suas opiniões, uniforme na sua maneira de agir.

Como confiar numa pessoa inconstante, que a todo o momento oscila de opinião? Suas decisões e escolhas perdem credibilidade, porque age por impulso, emoção ou interesse. Causa confusão na cabeça daqueles que estão na sua convivência. Daí a minha grande dificuldade em aceitar esse tipo de gente.

• Integra a série de crônicas “SENTIMENTOS, EMOÇÕES E ATITUDES”.