Somos criaturas de Deus. Portanto, todos iguais mesmo que muitos não queiram enxergar isso. É nesse entendimento que se define o sentimento da humildade. A compreensão de que não há como se comportar como se fossemos superiores a outros. Agir de acordo com a consciência de que conhecemos as próprias limitações e fraquezas é uma atitude de humildade.

Ser humilde não pode ser confundido com a ideia de ser modesto. A humildade é característica dos que têm no seu espírito a ausência do orgulho, mas sem deixar de reconhecer os próprios méritos. O que não pode predominar é a soberba nesse reconhecimento das próprias qualidades. É admitir que temos virtudes particulares que deverão ser usadas em favor do coletivo. Assim como nos utilizaremos das virtudes dos outros.

A humildade muitas vezes é interpretada como uma postura de inferioridade, submissão, diminuição perante os demais. Ser humilde é, antes de tudo, reconhecer ser igual no universo humano. Sem que ninguém seja melhor ou pior do que o outro.

Interessante é que num mundo de competitividade em que vivemos, ser humilde nos faz ser diferente, sem ser extraordinário, sem ser especial. O humilde é o ser humano que não se deixou ser seduzido pela ambição, pela ganância, pela usura. A humildade toma conta dos corações das pessoas que não se veem únicas, ímpares, singulares.

Muita gente também relaciona humildade à pobreza. Quem assim pensa é que, na verdade, se coloca com pobre de espírito. A falta de patrimônio ou riqueza não tem nada a ver com a humildade. Vemos muitos pobres que não são humildes e muitos ricos que praticam a humildade. Esse sentimento reside no coração, no íntimo, na essência do interior de cada um.

* Integra a série de crônicas “SENTIMENTOS, EMOÇÕES E ATITUDES”.