Vivemos um tempo em que predominam as futilidades. A sociedade de consumo induz as pessoas a darem importância a banalidades, coisas desinteressantes, que as tornem inclusas num contexto de modernidade. O supérfluo substituindo o essencial. As questões de relevância sendo tratadas de forma superficial, porque as mentes, as discussões, as relações sociais estão mais voltadas para o prescindível.

Nada mais chato do que conviver com pessoas fúteis. Normalmente esses indivíduos são chegados a extravagâncias nos comportamentos e nas aparências. Perdem o senso crítico, uma vez que se deixam influenciar pelo marketing. Diminuem a capacidade de discernimento, em razão da aceitação fácil do que a mídia coloca como verdade contemporânea.

Estamos, lamentavelmente, cercados por um mundo fútil. Somos seduzidos por coisas sem valor. Debatemos a vida privada de celebridades como se isso fosse alterar nossa rotina diária. Desperdiçamos oportunidades ao dedicarmos nosso tempo à prática de ações que em nada ajudam o nosso crescimento pessoal. Perdemos, muitas vezes, nossa individualidade porque passamos a agir e pensar como os outros, por uma exigência de conceitos ditados pela massa e pela propaganda.

Sentimo-nos condenados à dependência das futilidades. O materialismo faz com que julguemos os outros pela aparência, a primeira impressão, e esqueçamos de analisar os valores mais firmes de personalidade. Não estou aqui pregando a rejeição à novidade, ao objeto que nos dê prazer, ao exercício de atividades inovadoras do lazer, a aceitação de ideias e conceitos que contariam o conservadorismo. O que procuro chamar à reflexão é para o cuidado de não nos deixarmos ser reféns dessas futilidades que nos são apresentadas no cotidiano.

• Integra a série de crônicas “SENTIMENTOS, EMOÇÕES E ATITUDES”.