Começou no Édem com a história de Adão e Eva. Por causa de uma “maçã” toda a humanidade ganhou o pecado original. Então, essa ideia de que o proibido é mais cobiçado vem desde o início dos nossos tempos. Pode até nos fazer mal, e talvez seja essa a razão da sua proibição, mas o desejo de experimentar o que não é permitido desperta o interesse, aguça a cobiça, torna mais intensa a vontade.

O proibido parece ter um gostinho especial. Todos nós já vivemos a ânsia de querer experimentar o novo, mesmo que ele contrarie regras, paradigmas, normas. É instintivo, mas é humano. Pode ser irracional, mas é impulsivo, movido pelo interesse de conhecer o desconhecido. A busca do prazer alimenta a coragem. O enfrentamento do desafio impulsiona o ânimo, o atrevimento, a intrepidez.

Ninguém avalia as conseqüências. O que importa é viver o momento. Provar do fruto proibido é a meta.
Não estou aqui fomentando a transgressão, a violação da ordem, mas refletindo sobre um adágio popular que tem muito de verdadeiro. Não há na terra um só ser que nunca tenha vivido essa experiência.

Alguns dirão que é obra do maligno, tentação, sedução diabólica. Com Eva foi realmente ação do demônio, segundo conta o Velho Testamento. Não ouso entrar nessa discussão religiosa. O fato é que o provérbio aponta para uma das fraquezas da natureza humana, “o desejo de provar da fruta proibida”. Em outras palavras, a vontade de fazer o não permitido.

* Integra a coletânea de textos que intitulei “REFLETINDO A SABEDORIA POPULAR (ditados, expressões e provérbios)”.