Um dia depois de consolidada a primeira reunião do Consórcio Nordeste em João Pessoa com a participação unânime dos 9 governadores, já é possível atestar que o encontro gerou saldo positivo porque abrangeu interesses coletivos bem organizados, mesmo com as diferenças de realidades dos estados.

Para início de conversa, se faz importante registrar a capacidade de articulação do presidente/governador João Azevêdo ao saber pautar tantos temas e abrigar as diversas e importantes falas de todos os membros do Consórcio ratificando a importância do envolvimento coletivo diante de uma pauta comum em defesa do Nordeste.

A REALIDADE DO NORDESTE

Pelo tom da abordagem profunda, atual e segura da professora Tânia Bacelar, contratada pelo Consórcio para apresentar diagnóstico e apontamentos a curto prazo, a impressão é de que a maioria dos segmentos representativos do País sediados no Centro-Sul precisa urgentemente atualizar seus dados sócio-econômicos sobre o Nordeste porque estão desatualizados.

A rigor, com base em dados e estatísticas, diferentemente do que reverbera o Centro-Sul, o Nordeste convive com status de desempenho muito além do significado do Bolsa Família porque já tem em uso pautas econômicas a modificar a realidade dos Estados até pela vanguarda em diversas áreas, a exemplo da energia limpa.

PAUTAS URGENTES

Seguindo a estratégia montada pela unidade dos governadores, o Consórcio Nordeste já tem levantado o conjunto de 3 obras estruturantes por Estado a apresentar dia 27 ao presidente Lula, mas quer provocar a construção de novo Pacto com o Governo Federal buscando implantar a estratégia de PPPs sobretudo no campo da infraestrutura dos 9 estados porque implica em impactos até de gerar mais empregos.

Os governadores, conforme ressaltou o presidente João Azevêdo, têm posição consensual para que o Governo Lula adote medidas ampliadas para o Fundo de Investimentos do BNB – hoje com valores volumosos – também permita empréstimos aos Estados, sobretudo, na direção da infraestrutura.

É que, conforme estudos atualizados, o Fundo atende apenas à iniciativa privada, em especial o agronegócio e implantação de parque eólico, quando os Estados em situação fiscal positiva bem podem promover mais efeitos socio-econômicos com acesso aos recursos.

De fato, o Consórcio age bem na defesa destas pautas.

REINDUSTRIALIZAÇÃO

Concordamos com a leitura da professora Tânia Bacelar de que os governos do Nordeste precisam ficar mais atentos e buscar influir na cena econômica porque o Sudeste tem tomado todos os principais espaços e cargos do Governo Federal nessa área.

Por exemplo: a pauta do presidente Lula em torno da reindustralização do País se apresenta como muito importante, mas precisa inserir o Nordeste nesse contexto porque, especificamente, na planta automobilística a modernidade está com carros elétricos produzidos em PE/PB, portanto os investimentos não podem ficar apenas em São Paulo.

Trocando em miúdos, o Nordeste precisa se envolver mais com os cenários de representação econômica, como bem acentuou o governador do Piauí, Rafael Fonteles, uma revelação enquanto jovem liderança nordestina.

Eis o primeiro resumo da grande ópera chamada Nordeste.

ÚLTIMA

“O olho que existe/é o que vê…”