Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

A espontaneidade


30/11/2016

Foto: autor desconhecido.

 

Os padrões de comportamento ditados pela sociedade fazem com que nossas ações obedeçam regras estabelecidas, normas e procedimentos definidos por valores culturalmente aceitos. Isso nos inibe a fazer algo diferente, com receio de sermos mal interpretados ou objetos de censura. Fugir dos rótulos, quebrar paradigmas, romper com o convencional, pode ser compreendido como desobediência a princípios de formalidade, conduta social.

Somos desestimulados a exercer a capacidade de sermos espontâneos. A espontaneidade se manifesta pela criatividade. É a forma de darmos resposta nova a situações já antes vivenciadas, mesmo que contrariando o habitual. As vezes é preciso reinventar nosso modo de agir, viver o nunca antes experimentado, deixar que a intuição, com a ajuda da inteligência, nos ofereça a decisão do caminho a seguir.

Na espontaneidade vivemos uma sensação de liberdade, porque não nos permitimos a dependência ao que nos é imposto. Nada que se faça por obrigação traz felicidade. Recusamos os condicionamentos, rejeitamos a afetação, a artificialidade. Os atos de espontaneidade são autênticos, naturais, porque não se manifestam com intenções preconcebidas. O espontâneo dispensa o planejamento, a elaboração prévia da ação.


Somos espontâneos por natureza. A sociedade é que nos impõe observância de normas de procedimento, tentando impedir que sejamos espontâneos. Toda criança é espontânea porque ela desconhece essas regras sociais, e por isso mesmo são puras e nem sempre inconseqüentes. A medida que vamos amadurecendo vamos perdendo a espontaneidade no agir. Vale a pena refletir sobre isso: até que ponto estamos deixando de ser espontâneos, aprisionados num mundo em que os outros pensam por nós e determinam como devemos nos comportar?

• Integra a série de crônicas do livro “SENTIMENTOS, EMOÇÕES E ATITUDES”, a ser publicado no final deste ano.


 


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