Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

A dura eleição na OAB/PB e a quebra de paradigmas


07/10/2015

Foto: autor desconhecido.

{arquivo}A sociedade paraibana tem acompanhado com atenção o novo processo eleitoral na Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Paraíba, no qual há disputa pela presidência, através de dois conceituados advogados: Carlos Frederico Farias e Paulo Maia. A dados de hoje projeta-se uma eleição muito disputada.

Ontem (terça-feira, 6 de Outubro), na Asplan, 16 dias depois de Carlos Frederico ter lançado a sua candidatura no auditório da API, o professor e advogado Paulo Maia deu uma demonstração real de força ao reunir centenas de profissionais do Direito, de todas as gerações, em volume 2/3 vezes maior do que seu concorrente.

O QUE ESTÁ POR TRÁS DA DISPUTA

{arquivo}Depois de anos, a OAB/PB se depara com o envolvimento da categoria de uma forma inusitada porque a discussão interna passa por questionamentos de valores institucionais e quebras de paradigmas suscitadas de forma veemente pelo candidato Paulo Maia, como nunca se conseguira interpretar da forma posta criando um Movimento renovador de estatura também inusitada.

Paulo Maia consolidou-se como candidato com chances de vitória, mesmo ainda perdurando certo favoritismo pró-candidato de situação, porque ele tem tocado em temas tabus da representação institucional combatendo fortemente a cultura prevalecente de uso do Poder da Ordem para proveito pessoal ou de grupos em detrimento das grandes causas dos advogados.

A critica de Paulo Maia se endereça ao significado da gestão Odon Bezerra que, segundo ele, aparelhou a OAB/PB para interesses pessoais e privados levando a Ordem ao envolvimento partidário em campanhas no Estado e de trampolim visando causas particulares, de acordo com o professor e advogado opositor. Neste contexto, considera esse modelo o atraso a merecer seu estancamento substituindo-o por nova praxis de gestão e de compromissos com a classe.

OS PRINCIPIOS DE PAULO MAIA

{arquivo}Ficou claro ontem (terça-feira), no seu discurso de improviso, para um auditório superlotado. Primeiro atacou o partidarismo, ou seja, o envolvimento de diretores da OAB como partidos políticos, como se deu com o atual presidente, Odon Bezerra, se candidatando a deputado federal pelo PT, assumindo compromisso de que seu partido será exclusivamente a Ordem, não permitindo qualquer outro envolvimento partidário.

Paulo Maia tocou forte num aspecto emblemático, mesmo sem citar nomes, de que sua única empresa será o escritório da advocacia. Em ambos os casos, o auditório reagiu com forte aplauso.

Foi mais além, tratando dos paradigmas basilares da Ordem como instituição a priorizar os preceitos e prerrogativas exclusivamente em defesa dos advogados e nunca dos interesses particulares e de grupos que, segundo ele, se revezam sem compromissos reais com a categoria.

Por fim, assumiu publicamente que, presidente da OAB/PB, adotará o fim da reeleição como fator de estimulo para a democracia e revezamento do Poder na Ordem.

É este conjunto de fatores que, pela primeira vez depois de muitos anos, constrói uma agenda de Movimento envolvendo todas as gerações buscando dar novo rumo conceitual e de paradigmas da OAB/PB para inspirar-se nos tempos de vanguardas das grandes lutas da sociedade com chances reais de se concretizar nas urnas dia 17 de Novembro.

CAIUS DEIXA A OPOSIÇÃO

Ainda repercute no meio a decisão do advogado Caius Marcellus de anunciar, nas redes sociais, o rompimento com o candidato da oposição à presidência da OAB-PB, Paulo Maia. O rompimento respinga e em tese fortalece o candidato da situação, conselheiro federal Carlos Frederico Nóbrega Farias.

Caius Marcellus lançou a Carta aos Advogados Paraibanos explicando os motivos do rompimento. Na Carta, ele argumenta incoerência dos apoiadores da oposição que fizeram e ainda fazem parte da atual gestão que passaram a combater há alguns meses.

O advogado ainda alegou "quebra injustificada de compromissos assumidos e anunciados, aliada ao fato de não haver homogeneidade na composição que estava sendo desenhada", como também a "não apresentação de propostas claras para a categoria".

A OUTRA VERSÃO SOBRE CAIUS

Entre setores da Oposição, a atitude do renomado advogado foi acatada sem traumas e compreendendo no seu gesto a atitude egoista e individualista diante do que tanto pregou ao longo dos tempos isolando-se como um personagem incoerente, do tamanho de sua solidão, disseram.


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