Walter Santos

Multimídia e Analista Político.

Geral

A crise ética no PMDB, o silêncio e papel de José Maranhão


19/12/2015

Foto: autor desconhecido.

Os novos fatos advindos da Lava Jato envolvendo as principais lideranças nacionais do PMDB, vide o vice-presidente Michel Temer, senadores Renan Calheiros e Jáder Barbalho, sem contar com espetáculo e graves denúncias contra o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha, exigem de figuras com histórico e conduta ilibada no partido, a exemplo do senador José Maranhão, a agir rápido antes que a legenda caia em desgraça pública.

O novo fato exposto nacionalmente flagrado através de whatsap apreendido pela Policia Federal revelando chantagem de Eduardo Cunha contra o dono da OAS, Leo Almeida, cobrando pela “turma” de deputados que ele liderava em detrimento do repasse de R$ 5 milhões para Michel Temer é algo a merecer alta preocupação e ação imediata para construir nova fase no PMDB.

Na prática, Michel Temer perdeu o controle e comando real do partido, não só por estar agora envolvido nesta nova denúncia, que ele rebate dizendo ser contribuição oficial ao PMDB, mas porque ao ser flagrado avalista do Golpe tramado por ele e a Oposição contra Dilma Rousseff, sem falar no caso da destituição do Lider Leonardo Picciani, ele já não mais vigora com a ascendência das alas pemedebistas.

Ele vai precisar ser substituído, sob pela do partido se esfacelar.

O HISTÓRICO E PAPEL DE MARANHÃO

No PMDB velho de Guerra, principal protagonista da Redemocratização do País no enfrentamento à Ditadura Militar, poucos personagens na atualidade do partido têm o histórico político do senador José Maranhão.

Com seu perfil e idade, não há ninguém com performance do tamanho do senador.

Entretanto, no decorrer do ano de 2015, Maranhão resolveu silenciar – algo que beirou à omissão, de se posicionar orientando os rumos do partido, não só por ter o histórico singular, mas porque sofreu na pele os efeitos da cassação de mandato e de perseguição política afeita apenas a homens e mulheres com identidade de lutas pela soberania nacional.

Ele sabe, como todos os lideres responsáveis do partido também, que inexiste qualquer ato desabonador cometido pela presidenta Dilma Rousseff, portanto, por ser vítima do passado golpista e agente da legalidade e do direito democrático, jamais poderia deixar de ter posição firme contra o Golpe.

Mas silenciou, fugiu da responsabilidade.

CALADO VENDO O CIRCO PEGAR FOGO

Desde quando Eduardo Cunha ascendeu ao comando partidário, através de sua truculência na presidência da Câmara Federal, já ali José Maranhão poderia ter sido um líder a chamar o feito à ordem porque não se faz mais politica à base da chantagem e do retrocesso.

Maranhão sabia e sabe da vida pregressa de Cunha podendo macular a imagem do partido, como agora se efetiva, porque ele não se afasta da premissa de fazer da atividade política um Balcão de Negócios a envolver diversos parlamentares do País, presos à sua partilha de dinheiro escuso advindo de chantagens muitas delas conhecidas recentemente.

Cabe ao Senador sair do labirinto, do lugar escondido para cumprir sua missão de líder honesto a oferecer seus serviços de orientação ao PMDB, de Ulisses Guimarães, Antonio Mariz, Humberto Lucena, Ronaldo Cunha Lima, etc, antes que o partido caia na valha comum dos corruptos.


EFEITOS NA PARAIBA

Maranhão tem estatura para influir em nível nacional. Com a saída do Front de Pedro Simon, ele partilha a condição especial ao lado de um Jarbas Vasconcelos – embora o pernambucano use do fígado para conviver com o Governo – condição essa que não se aplica ao senador paraibano, de mais serenidade em curso.

Todo o conjunto dos fatos registrados ultimamente vai respingar, sim, no processo eleitoral de 2016, portanto, ao também presidente estadual do PMDB comporta medidas de orientação e de readequação de rota porque o maior partido do Estado entrou em fase de afetamento à sua imagem ao ser envolvido com escândalos e desvios de recursos.

Chegou a hora do senador ir mais além, sobretudo na nova fase nacional do PMDB.

Se ele ficar omisso, perdem os dois – o partido e ele próprio.

ULTIMA

“Quem sabe faz a hora/
Não espera acontecer…”


O Portal WSCOM não se responsabiliza pelo conteúdo opinativo publicado pelos seus colunistas e blogueiros.
Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.