Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

A crise


26/08/2016

Foto: autor desconhecido.

 

A palavra da moda é crise. Todos a usam com os mais diferentes interesses. Alguns por motivos políticos, outros por circunstâncias de sobrevivência econômica. O fato é que realmente estamos num momento de crise. E todos são afetados por ela.

A crise faz com que acendam as divergências orientadas pelas preferências políticas. É normal que se faça proveito das dificuldades para fazer o proselitismo político em favor de uma causa. O discurso preparado na oportunidade da discordância. A oposição construída no caos, na falta de perspectiva de saída dos embaraços. O afirmar-se do contra no ensejo do desacreditado. O contrário daquilo que se prega como verdade.

E assim caminha a humanidade. Somos todos provocadores da crise, porque falta à maioria a autocrítica do senso de responsabilidade e da observância dos princípios elementares da ética. Pouca gente pode bater no peito e dizer: “eu sou um incorruptível”. Então somos todos, de certa forma, responsáveis pela crise que estamos vivendo.

Antes de apontarmos o dedo acusando alguém de comportamento desviado da ordem moral, façamos um ¨mea culpa¨. Cabe a cada um de nós trabalhar no sentido de resgatar a consciência do que seja viver com dignidade e respeito à moralidade e à ética.

Muita gente quer, na verdade, agravar a crise, ao compreender que “quanto pior melhor” para atender objetivos políticos e alimentada pelas paixões que fazem perder o equilíbrio no raciocínio. Esses vivenciam também a crise da falta de sensatez e do comportamento pautado na moderação.


A crise é da humanidade porque somos todos vitimados pela doença da vaidade, da necessidade de poder e da ganância. Estamos todos contaminados pela doença do pensamento individual, esquecendo o bem coletivo. Em agindo assim, as crises são avaliadas a partir do sofrimento pessoal, deixando de perceber o que possa estar afetando a sociedade. O individual se sobrepondo ao interesse comunitário. Atendendo nossas vontades, alimentadas pelo egoísmo pessoal, terminamos por contribuir para o agravamento das crises sociais e políticas. Pior ainda quando somos usados para estimular as crises estrategicamente provocadas, assumindo a posição de inocentes úteis.
 

 

 

 


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