Por volta de 1944, o Brasil foi surpreendido com notícias de deflagração da Segunda Guerra Mundial. A população em burburinho, se agitava, temendo a participação do exército brasileiro nesse conflito. Diante desse ensejo, o então presidente – ditador, Getúlio Vargas teria declarado que “É mais fácil à cobra fumar cachimbo”, do que nosso país entrar na guerra. Para surpresa de todos aconteceu o inesperado. Uma expedição de brasileiros foi convocada e enviada para batalha. Daí o povo começou a dizer: “a cobra fumou”.
 

E foi assim que a FEB -Força Expedicionária brasileira – teve como símbolo uma cobra fumando cachimbo. Essa expressão passou a ser usada pelo povo nas mais diversas situações de contendas, brigas e desavenças. Alguma expectativa de controvérsia, no sentido do “lá vem confusão”, já era motivo para dizer: “a cobra vai fumar”.
 

Desde gênesis, no jardim do Édem, que a cobra já é conhecida como sinônimo de intriga, de espírito vingativo ou de litígio. Um verdadeiro agente da desforra. A imagem desse réptil fumando, só vem acrescentar o quão forte serão os perigos e problemas do porvir.
 

É impressionante como de longe o brasileiro enxerga uma confusão, e é com prazer mórbido que ele assiste “o circo pegar fogo”. Por isso quando alguém fala que “O bicho vai pegar” fique certo de que ele está mais interessado em acender o cachimbo, da cobra, e ver a fumaça vazando das “narinas“ e ficar gritando: “a cobra vai fumar”.
 

A sabedoria popular, através dos seus ditados, reflete tanto o positivo quanto o negativo do procedimento da humanidade diante das ocorrências do dia a dia.

* Integra a coletânea de textos que intitulei "REFLETINDO A SABEDORIA POPULAR (ditados, expressões e provérbios)".