Geral

A CIDADE QUE EU AMO


06/08/2014

Foto: autor desconhecido.

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 Dedicado a Escurinho, Pedro Osmar, Fernando Teixeira, Maestros: Carlos Anísio e Chiquito; Uhandeijara Lisboa, e Tota Arcela (in memoriam).

A cidade que eu amo completou 429 anos. É tempo bastante para compreender na atualidade, as suas necessidades básicas de toda ordem. Não é preciso ser político, artista, jornalista. Muito menos técnico ou engenheiro, médico, etc. Basta, mesmo, ser um cidadão comum. Basta dar uma caminhada pelo centro e arredores, entre um e dois dias, para perceber mudanças, carências, um perfil geral.

A cidade que eu amo pede socorro, mesmo em 2014, quando mostra a desordem do trânsito que ameaça e causa vítimas. Que tem carros e motos e burros e carroças misturados no centro urbano como se fosse uma nova Índia. Que o mato cobre os arredores do Terminal Rodoviário dando boas vindas aos que chegam e logo de cara encontram a falta de higiene, segurança e toda sorte de abuso. Que inaugura postos de saúde e centros esportivos enquanto outros funcionam como cartão postal de miséria e abandono. (ver fotos).

A cidade que eu amo tem imensa possibilidade de turismo, cultura, gastronomia, negócios, marketing verde, esportivo, social, etc. Tem gestores que desejam ser reeleitos, artistas e talentos de nível internacional que sofrem de ingratidão, indiferença e discriminação e até são expostos em praça pública para participar de programações com público de menos de 50 pessoas por falta de uma boa divulgação e cuidado. Tem também, sejamos justos, excelentes shows que vez por outra pingam aqui e alí e acolá.

A cidade que eu amo produz, como em todo lugar do mundo – e isso, aprendemos com Dom Helder Câmara, tem miséria e riqueza. Embora assim, precisa de urgente atenção. Porque tem talentos em todo o mundo, desde o elenco nobre da rede Globo de televisão, os times internacionais de futebol e outros esportes, na música, literatura, cinema, artes plásticas, dança, ciências, jornalismo, e diversos outros setores profissionais; e perde ainda espaço, minimizando sua economia de vida. São talentos sem o necessário reconhecimento dos seus valores. E quando deixamos evadir talentos, falta inteligência para crescer. E há perda potencial vigente para a cidade que amamos.
É preciso lançar um olhar para o atual, corrigir o percurso dos erros de outrora, e preparar para o futuro. Esse é um processo de diálogo entre comunidades, de disposição para eleger nossas prioridades, planejar, exigir, trabalhar.

Não é apenas uma responsabilidade da gestão política. É também de todos os demais setores agregados, como a comunicação e mídia, jornalismo, universidades, artistas, comércio, empresas, associações, cooperativas e muito outros. Fora disso estaremos distantes de patamar equacional de um nível de vida digno a todos. É hora de pensar em tudo isso, e aproveitar as eleições para renovar propostas com novos projetos sustentáveis, e porque não dizer, respeitáveis, como esforço de amor a cidade que se ama.

Gil Sabino é jornalista e gestor de marketing.
g.sabino@uol.com.br


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