Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Brasil

A campanha antivacina


10/12/2020

O historiador, produtor cultural e advogado Rui Leitão

É triste ver os interesses políticos contaminando a ciência. Somos compelidos a fazer a pergunta que não quer calar: o que está acontecendo com a sociedade contemporânea brasileira? Como justificar essa onda negacionista que está tomando conta das mentes de muitos dos nossos compatriotas? O obscurantismo sendo estimulado pela mídia e por lideranças políticas.

Estamos vivendo uma crise sanitária nunca experimentada na história universal. O mundo inteiro na expectativa ansiosa de ter uma vacina que nos imunize desse terrível vírus. Mas no Brasil tem muita gente a recusando em razão da sua nacionalidade e por motivos ideológicos. Existe estupidez maior? A politização irracional no embate contra a pandemia que assusta o planeta.

O hermatologista Carmino Antonio dos Santos, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, encara essa questão com uma afirmação que não merece contestação. “Devemos ter medo da Covid, não das vacinas que nos são apresentadas para combatê-la”. Criticando veementemente essa irresponsavel campanha antivacina. Já o imunologista Luiz Vicente Rizzo, do Instituto Israelita de Estudos e Pesquisas do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, afirma: “Qualquer vacina é, de longe, a intervenção mais segura que existe na medicina”. Ponto final.

Esse movimento antivacinas precisa ser combatido fortemente. É necessária uma campanha de engajamento da população brasileira para enfatizar a importância da vacinação em massa contra a Covid-19. Se o governo se recusa a fazer, que os cientistas se dediquem a divulgar os esclarecimentos que ponham por terra os argumentos frágeis dos negacionistas.

Esse pensamento paranóico dos antivacinas é ameaça à saúde pública. Não podemos nos curvar às teorias da conspiração que alimentam as ações dessas lideranças que procuram confundir a opinião pública. Ainda bem que governantes responsáveis estão reagindo e adotando medidas para implementação urgente de um processo científico de imunização da população contra o coronavirus. A ciência não pode dar espacos para os ignorantes colocarem suas teses absurdas como vencedoras na coletividade.


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