Rui Leitão

Jornalista e escritor.

Geral

A abnegação


05/08/2014

Foto: autor desconhecido.

Há um sentimento humano que não se apresenta como algo que se revela a partir do nosso nascimento. Ele surge com o passar do tempo, com o próprio crescimento espiritual, na compreensão do quanto é importante abster-se da visão egoísta de que somos o centro do mundo. Entendermos que temos na terra uma missão social de contribuição para a construção do bem coletivo. Sabermos que não devemos viver em função exclusiva dos nossos próprios interesses.

Não é fácil a prática da abnegação. É uma virtude que exige sacrifícios e desprendimentos. Antes de tudo é preciso se desapegar das coisas materiais ou passageiras. Ter a noção plena da importância do espírito de fraternidade que deve comandar as atitudes do homem no seu convívio social. Dedicar-se em favor de uma causa, pessoa ou ideia, sem necessariamente se preocupar com o que possa ganhar em troca.

Mas a abnegação só tem sentido se acontecer de forma espontânea, sem imposições, e sem o desejo de exibicionismo, nem a demonstração para os outros de que está sendo um colaborador do bem estar coletivo. No mundo vemos muita gente querendo se destacar como um abnegado, mas na verdade está querendo usufruir dessa falsa dedicação aos outros. É o caso de muitos políticos.

O abnegado, nega a definição de vida onde prevalece a determinação do “primeiro eu”. Ele age com naturalidade buscando associar a satisfação dos seus objetivos pessoais, mas nunca em detrimento do que possa ser essencial para os que estão necessitando da sua ajuda. Não há necessidade de privar-se da própria alegria para promover o contentamento dos outros.

O maior exemplo de abnegação, que conhecemos na história universal, nos foi dado por Jesus Cristo. Nas suas atitudes e nos seus ensinamentos encontramos o verdadeiro significado do que seja a abnegação. Se refletirmos bem sobre isso, haveremos de ser pessoas com paz de espírito, convictas de que somos condutores da nossa própria vida, mas também responsáveis pela melhoria de vida dos que nos cercam.

• Integra a série de crônicas “SENTIMENTOS E EMOÇÕES”.


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