Rômulo Polari

Professor e ex-reitor da UFPB.

Política

2º turno será duro, mas Lula vence


08/10/2022

Lula e Bolsonaro no Debate da TV Band - Foto: Reprodução

Rômulo Soares Polari

Professor e ex-Reitor da UFPB

 

No 1o turno da eleição presidencial, Bolsonaro teve 51.072.345 votos (43,2%) e Lula 57.259.504(48,43%), vantagem de 5,23% e não os 14% previstos. Essa vitória minimizada aumentou a força eleitoral do derrotado e reanimou seus militantes.

Foi um grande feito, derrotar Bolsonaro com 6.187.159 votos a mais: um óbice à sua vitória, no 2o turno: Votarão cerca de 118 milhões de eleitores, mantidas as taxas de votos nulos, brancos e abstenção. O vencedor deve ter, no mínimo, 59 milhões de votos.

É com essa base que se impõe alcançar os mais de 50% dos votos válidos para se eleger. Lula precisa de 1,75 milhão (3,1% a mais do 1o turno), e Bolsonaro 8 milhões (15,7%).

A 25 dias do 2o turno, os candidatos buscam esses votos: Bolsonaro com foco no Sudeste, Sul e Centro-Oeste, onde venceu no 1o turno e Lula no Nordeste e o Norte.

No 1o turno, no Sudeste, Lula teve 47,6% e Bolsonaro 53,1% dos votos: 2.433.954 a mais, podendo aumentar em até 3,8 milhões. Agora, com forte apoio dos governadores Cláudio Castro/RJ, Romeu Zema/MG, reeleitos, e Rodrigo Garcia/SP), derrotado.

No Sul, Lula teve 36,8% e Bolsonaro 54,6% dos votos, 3.118.741 de maioria. No 2o turno, pode ter mais 700 mil, com a participação de Ratinho, gov. reeleito do Paraná. O RGS e SC contribuirão menos. Os lulistas têm aí peso na eleição dos governadores

No Centro-Oeste, 1o turno, Lula teve 37,8% e Bolsonaro 53.8%: maioria de 1.401.344 votos. Essa diferença pode aumentar em até 600mil, com o maior engajamento dos governadores reeleitos: Ibaneis/Brasília, Caiado/Goiás e Mauro Mendes/Mato Grosso.

No Nordeste, Bolsonaro teve 27% dos votos e Lula 66,7%: 12.915.679 de maioria, que pode aumentar para 15 milhões. Isso é possível, elevando o percentual de votos pró-Lula, que ficou bem abaixo da média regional, nos Estados: CE, RN, PB, PE, AL e SE.

Os governadores dos estados do MA, PI, CE, RN, já eleitos, e os de AL PB, PE, SE, BA favoritos no 2o turno apoiam Lula. Todos eles, com suas bases de prefeitos, estão fortemente engajados na busca de uma vitória lulista ainda mais expressiva na região.

No Norte, Bolsonaro teve 45,5% e Lula 47% dos votos: 144.968 de maioria, que pode aumentar para 280 mil. No 2o turno, haverá o peso eleitoral de Helder Barbalho, governador reeleito com 70,5% dos votos, no Pará, o grande colégio eleitoral da região.

É razoável admitir que os votos dados a Lula no 1o turno não irão para Bolsonaro, e vice-versa. A votação adicional que eles precisam para vencer no 2o turno virá, basicamente, dos 8.478.492 votos de Simone Tebet e Ciro Gomes.

Os votos de Tebet e Ciro foram 4.144.103 no Sudeste; 1.269.168 no Sul; 635.581 no Centro- Oeste; 1.789.713 no Nordeste e 639.927 no Norte. O que dá suficiente suporte às votações no 2o turno aqui previstas.

Nesta visão superotimista, Bolsonaro teria 5,1 milhões de novos votos, 10% mais do que teve no 1o turno. Receberia, assim, 60% dos votos de Tebet e Ciro. Mas Lula venceria com 61,8 milhões de votos (52,%) e Bolsonaro 56,2 milhões (48%).


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