Geral
2016: Um Brasil melhor é possível
31/12/2015
Foto: autor desconhecido.
A crise econômica do Brasil de 2015 existiria sem a crise política, mas esta aumentou a sua dimensão, duração e intensidade. Em 2016, as atividades políticas não podem continuar empurrando o país para uma tenebrosa situação socioeconômica. Urge sair dessa armadilha, antes que a recessão econômica se transforme em depressão.
Em 2015, a política brasileira foi uma fonte permanente de instabilidade e agravamento da realidade econômico-financeira. O desastre maior se sintetizou na drástica redução da capacidade de atuação do governo, quando mais se precisava dele para coordenar a reativação da economia.
A Câmara e o Senado se dedicaram muito ao impeachment da presidente Dilma e à inviabilização do governo. O Congresso não aprovou a proposta do indispensável superavit orçamentário da União. Ao contrário, aprovou uma “pauta-bomba” com despesas que destruiriam as finanças públicas, sem o veto presidencial.
Há dois cenários políticos de solução. Um com o governo Dilma Rousseff até 2018, outro com o impeachment da presidente e Michel Temer na Presidência. O desejável é que, em qualquer caso, recupere-se a capacidade de atuação do governo nas áreas fiscal, monetária e de fomento à dinamização do sistema produtivo.
É razoável afirmar que a continuidade do governo Dilma minimiza os custos da reorganização socioeconômica do país. As oposições têm que replanejar a conquista de poder para as eleições de 2018 e deixar de ser contra os interesses do país. É claro que outro governo passaria um ano para começar funcionar adequadamente.
O governo Michel Temer seria o da estabilidade e pacificação nacional? É pouco provável. O seu partido, o PMDB, é um conglomerado instável de fortes lideranças regionais rurais e urbanas carente de uma base programática. A sua frágil unidade se faz por meio de precários acordos de ocupação de ministérios e cargos públicos.
Urge pensar o Brasil coerente com a sua grandeza. A sua economia tem excelentes oportunidades de investimentos atraentes à iniciativa privada nacional e mundial. Por isso dispõe de condições reais para uma rápida recuperação. O povo brasileiro deve exigir que os políticos, Congresso e governo deixem de atrapalhar o funcionamento dos setores público e privado do país.
O aumento do desemprego, recessão e inflação, em 2016, será por conta da crise política. Os problemas econômicos de curto prazo são contornáveis, com gestão fiscal, realismo dos preços administrados pelo governo e combate à verdadeira inflação. Tecnicamente, isso teria sido uma tarefa possível para o ano de 2015.
Repete-se à exaustão que as instituições democráticas da República estão funcionando plenamente. Isso é verdade em relação ao Poder Judiciário. O Executivo e o Legislativo estão em falta com essa virtude: o antagonismo entre si gerou uma danosa desarmonia política. Afinal que normalidade democrática é essa que está levando o país a um quase caos político, social e econômico-financeiro?
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