Política

CMJP discute gerenciamento de resíduos sólidos e vereador sugere usina de plasma


26/03/2014



A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) discutiu, em audiência pública, o gerenciamento de resíduos sólidos da Capital e a perspectiva que a Autarquia Especial de Limpeza Urbana (Emlur) tem sobre o tema para este ano. O propositor do evento, vereador Marmuthe (SDD), pediu informações sobre a ampliação dos aterros sanitários; o aumento da coleta seletiva; a qualidade e quantidade dos produtos resultantes da reciclagem; a ampliação da coleta de resíduos sólidos, dentre outras ações. Na ocasião, Helton Renê (PP) sugeriu a implantação de uma usina de plasma na Capital.

Marmuthe também é o ouvidor da CMJP e destacou a função do debate entre gestores e população para ajudar a melhorar a coleta de lixo na Capital. “O acúmulo de resíduos em calçadas e a fata de coleta são as maiores reclamações que a gente recebe na Ouvidoria e gabinete, principalmente em localidades da Zona Sul, Comunidade Boa Esperança, e Parque do Sol, além de outras”, comentou. Com relação aos aterros sanitários, ele opinou dizendo que o número de estruturas deve aumentar de acordo com o crescimento populacional.

O superintendente da Emlur, Anselmo Castilho, lembrou que é de responsabilidade de todos e não apenas da Autarquia, destinar de forma correta aquilo que se descarta. “A educação é uma palavra-chave e oriento todos para que separem o lixo e descartem separadamente o seco do molhado. Além disso, que descartem em locais apropriados. É uma burocracia para que possamos entrar em terrenos privados e realizar limpeza nesses locais quando descartam lixo indevidamente nesses espaços, por exemplo. Isso dificulta e atrasa as ações da Emlur”, salientou.

Vereador pede usina de plasma para JP

O vereador Helton Renê (PP) secretariou os trabalhos e destacou que a questão não é apenas de preocupação ambiental mas também de saúde pública, sugerindo a implantação em João Pessoa da tecnologia usada em usinas de plasma. “Precisamos de novas tecnologias que possibilitem tratar dos resíduos sólidos porque os aterros têm vida útil. A usina de plasma é algo inovador e novo no Brasil, porque nenhuma cidade brasileira implantou ainda, e oferece diversas aplicabilidades na transformação de energia. Poderemos ter gás, etanol e gerar eletricidade a partir dos resíduos sólidos”, afirmou.

Ele ainda argumentou dizendo que a Capital precisa de aparelhos que contribuam com a compactação dos resíduos sólidos. O vereador também sugeriu adotar um programa de parceria público-privada para a manutenção de praças, colocando os comerciantes desses espaços como atuantes no processo de conservação, manutenção e limpeza das praças e em mercados públicos. Helton Renê solicitou à Emlur então um calendário das ações de limpeza e rotas cumpridas pelos agentes da Autarquia e que isso também fosse disponibilizado nas redes sociais da internet. Anselmo Castilho se comprometeu que em 30 dias a demanda será atendida.

O titular da Secretaria do Meio Ambiente de João Pessoa (Semam), Edilton Rodrigues, destacou que a pasta está elaborando o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de João Pessoa, e que ele vai tramitar na CMJP em breve. O secretário ainda disse ser a favor da usina de plasma. “Temos que pensar em políticas que viabilizem emitirmos cada dia menos Carbono no meio ambiente”, frisou.

Anselmo Castilho ainda adiantou que a última licitação da Emlur era de 2007 e que uma nova foi realizada, o que possibilitará a ampliação, melhoria e criação de novos serviços. Antes desta licitação, a cidade produzia mais de 21 mil toneladas e coletava um pouco mais de 17 mil, com uma defasagem. Agora, a Emlur passou dos 439 agentes de limpeza terceirizados para mais de 700 e disponibilizará 21 tipos de serviço à população.

“Hoje há 1.600 pontos de lixo acompanhados em João Pessoa. Já temos 50 carros coletores, entre caçambas, baús, retroescavadeiras, além de outros. Temos equipes trabalhando 24 horas e mais de 1.500 agentes de limpeza urbana entre terceirizados e servidores da Emlur”, disse Anselmo Castilho. Ele ainda comentou que e disponibilizou o telefone 0880 083 24 25 (Alô Limpinho) como canal de ouvidoria, e o aplicativo “Olha isso limpinho” como forma de acesso do cidadão à Emlur, seja para dúvidas, denúncias, elogios ou reclamações.

Monitoramento, varrição diária e agentes em praças são novidades da Emlur

De acordo com o chefe do Departamento de Planejamento da Emlur, Pedro Rocha, a coleta domiciliar é o principal serviço da Autarquia e que todos os setores de coleta estão monitorados. Ele explicou que, a partir deste ano, todas as rotas das terceirizadas serão monitoradas.

“Caso esteja projetada a execução de X viagens, no caso de déficit, teremos como controlar e saber o que foi realizado, daí a diferença será atribuída no pagamento repassado à terceirizada e em multa pelo serviço não prestado”, exemplificou Pedro Rocha. Uma possibilidade futura é disponibilizar essa rota na internet e o cidadão acompanhará os carros de coleta em tempo real e saber o momento em que ele chegará em sua rua.

Pedro Rocha ainda comentou que há onze regiões em João Pessoa que estão subdivididas em 250 zonas de atuação da Emlur. Em cada região há uma turma de 11 profissionais atuando na limpeza urbana diariamente. Cada zona corresponde a 6 km de extensão de vias pavimentadas. “Conseguimos padronizar o trabalho da Emlur, monitorar nossas ações de forma mais efetiva e criar procedimentos para melhorar o serviço”, afirmou.

Entre as outras novidades previstas pela Autarquia está a varrição fixa, que Antes a varrição acontecia apenas nas praias. Serão 2.750 km de varrição fixa diariamente nos principais corredores da cidade, e em algumas ruas haverá o serviço até três vezes por semana.

Além disso, haverá a instalação de pessoas em pontos fixos, a princípio, em praças do Centro. Serão 16 agentes fixos nas praças do Centro e mais 32, que já atuam na orla. “A partir de agora, quase todas as praças do Centro, como as Praças 1817, Pedro Américo, Rio Branco, o Pavilhão do Chá, das 7h às 16h, um agente exclusivo para cada local”, indicou Pedro Rocha.

Ele ainda destacou que a implantação da máquina varredeira de calçadões foi uma inovação que, inicialmente, era para as prais, e acontecia nas orlas de Tambaú e Cabo Branco. “No entanto, o serviço foi ampliado para cinco máquinas e já solicitamos mais duas. Uma irá para o Centro e outra para a Zona Sul. Além disso, os triciclos de carga começarão a atuar, a partir do dia 2 de abril, nos bairros da Capital”, adiantou Pedro Rocha.
 



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