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Cláudia Leitte chama brasileiro de mal-educado e transforma EUA em Pasárgada

CRÍTICAS


22/09/2017



O exílio sempre fascinou, a busca da terra prometida sempre encanta. Está na Bíblia. Está na poesia de Manuel Bandeira, por exemplo, falando de uma Pasárgada imaginária onde se é amigo do rei, se tem a mulher que quer e a existência é uma doce aventura, ao contrário de Gonçalves Dias que cantava as palmeiras brasileiras “onde canta o sabiá”. Cláudia Leitte, cantora e musa baiana, parece ter incorporado o ideário bandeiriano. Morando atualmente nos Estados Unidos, onde tenta alavancar uma carreira internacional, a cantora disse, em entrevista a uma emissora de rádio, que o brasileiro é mal-educado.O exílio sempre fascinou, a busca da terra prometida sempre encanta. Está na Bíblia. Está na poesia de Manuel Bandeira, por exemplo, falando de uma Pasárgada imaginária onde se é amigo do rei, se tem a mulher que quer e a existência é uma doce aventura, ao contrário de Gonçalves Dias que cantava as palmeiras brasileiras “onde canta o sabiá”. Cláudia Leitte, cantora e musa baiana, parece ter incorporado o ideário bandeiriano. Morando atualmente nos Estados Unidos, onde tenta alavancar uma carreira internacional, a cantora disse, em entrevista a uma emissora de rádio, que o brasileiro é mal-educado.

A declaração veio a propósito de comentar a passagem do furacão Irma, que devastou várias cidades norte-americanas. Ao comparar se tragédia semelhante tivesse acontecido no Brasil, foi cruel com seus conterrâneos: “Imagine um furacão no Brasil… muita gente ia morrer esmagada. Um ia passar por cima do outro, porque a gente não tem instrução. Todo mundo quer ser vip aqui, ninguém quer pegar fila e aí acha que isso é besteira”, afirmou.

Achando pouco, continuou: “Eles pensam assim: ‘Não eu vou furar fila porque eu conheço fulano de tal, eu vou passar não sei o quê porque eu tenho pistolão’. Isso é errado, você tem que pegar, não pode furar o trânsito, porque aí o transito vai fluir melhor, você vai chegar no lugar de qualquer jeito”. E finalizou: “Todo lugar tem problema. O lance é que aqui a gente não sabe lidar com ele porque a gente não tem uma educação exata”.

Sua opinião, como era de se esperar, dividiu o público e as redes sociais. “Apesar de eu não gostar da genérica de Ivete mas ela só desabafou ao falar essas coisas, pois não seremos hipócritas e assumimos os nossos erros, o brasileiro tem essas coisa mesmo de se dá bem, mas também não vejo um problema generalizado, tem muita gente fazendo o certo pra que mudemos isso”, afirmou um internauta. “Que coisa feia, falando de seu país. Lembra que este povo mal educado é que te colocou aonde você está”, rebateu outra. “Que fique lá fora, já que engolimos muitas coisas ruins de lá, que engulam coisas ruins daqui!”, ironizou um. “Já devolveu o dinheiro da Lei Rouanet?”, indagou um terceiro.

Cláudia Leitte trocou, recentemente, a maior gravadora brasileira, Som Livre, pela Roc Nation. A aposta da artista é numa carreira internacional. “Se eu ficasse na minha zona de conforto, dizendo, pô, tô ganhando dinheiro pra caramba (…) eu não ia pra lugar nenhum.”, disse em entrevista a Ricardo Feltrin, colunista do UOL. Mas enquanto não sai seu primeiro disco nos “states”, a artista vai comparando o país do exílio com o país de origem. Se ela não já tivesse confundido a prosa do francês Exupéry com a poesia do português Fernando Pessoa quando participava do The Voice, diríamos que está neste momento recitando os seguintes versos de Bandeira: “Em Pasárgada tem tudo É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção Tem telefone automático Tem alcalóide à vontade Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar”.

Por Linaldo Guedes – OS Guedes



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