Saúde

Cientistas paraibanos estudam criação de medicamentos anticovid-19 por meio de plantas comestíveis

Ideia da UFSC vai contar com parceria da UFPB e da UFABC para desenvolver fármacos a partir de plantas comestíveis.


30/08/2020

(Foto: Divulgação/CNI)

Brasil 61



A Universidade Federal da Paraíba (UFPB), por meio do Departamento Químico, vai participar de um projeto para desenvolver medicamentos anticovid-19 a partir de plantas comestíveis. O projeto foi batizado de “Prospecção bio-guiada de fármacos antiCovid-19 a partir de plantas comestíveis e desenvolvimento de híbridos sintéticos com potencial antiviral”.

A ideia partiu da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e contará com a participação das universidades federais da Paraíba e do ABC Paulista (UFABC). De acordo com um dos pesquisadores, a pesquisa está em andamento e os cientistas já realizaram um procedimento chamado docking de compostos químicos. O docking é um método que prevê a orientação preferencial de uma molécula para uma segunda, quando ligada à outra para formar um complexo estável.

Eles explicam que são moléculas que apresentam o mesmo “esqueleto” das plantas, com algumas alterações realizadas por meio de síntese. Os pesquisadores confirmaram, ainda, que realizaram cálculos com diversos algoritmos e com diversas estruturas (proteases), que representaram várias conformações diferentes.

Uma das constatações dos especialistas foi a definição dos flavonoides como uma classe de compostos químicos de origem natural. Eles possuem propriedades farmacológicas que são capazes de trazer benefícios para a saúde humana.

Eles podem ser encontrados em frutas, como uva, morango, maçã e romã, vegetais (brócolis, couve e cebola) e nos cereais e sementes (nozes, soja e linhaça). Também estão presentes em bebidas, como chá, café, vinho tinto e cerveja, nos chocolates e no mel.

Segundo o autor da pesquisa, Antonio Luiz Braga, são plantas simples, mas que têm princípios ativos com propriedades de inibir as enzimas e não bastam, sozinhas, para debelar o SARS-CoV-2. A ideia é conectar em laboratório esses produtos naturais com outras moléculas.

O projeto obteve, por meio de edital, quatro bolsas de doutorado, seis de pós-doutorado e um financiamento de R$ 100 mil.

 



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