Política
Cientista político analisa 45 anos do PT e afirma que governo atual é uma “sombra” do que já foi um dia
11/02/2025
Anna Barros/ Portal WSCOM
O Partido dos Trabalhadores completou 45 anos de existência nesta segunda-feira (10) e, como qualquer outra legenda com quase cinco décadas, PT enfrentou altos e baixos ao longo de sua história. O Portal WSCOM conversou com o cientista político Lúcio Flávio Vasconcelos e daí surgiram algumas análises desde a criação do partido até os seus 15 anos no cargo de autoridade máxima do Brasil.
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Nascido do desejo da ascensão socialista, o PT teve que passar por algumas transformações internas para conseguir alcançar a massa popular. Afinal, apenas após 3 eleições perdidas que Luís Inácio Lula da Silva conseguiu se eleger a presidente em 2002.
Deste momento em diante, a legenda conseguiu sua ascensão de forma ainda mais sólida. “A partir de 2003, o partido passou a ocupar os principais ministérios e implantar uma forte política de assistência social, com destaque para o programa do Bolsa-família, injetando dinheiro na economia e tirando milhões de brasileiros da miséria”, explicou Lúcio.
No entanto, até o momento de maior crise – com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff – o partido acumulou escândalos políticos que fizeram com que a confiança quase inabalável de grande parte do povo brasileiro começasse a rachar. Lúcio denomina esse momento como uma quebra de confiança.
“Ao longo do período em que ficou no poder, o PT foi envolvido em escândalos de corrupção que abalaram a sua credibilidade, principalmente na classe média. O primeiro foi a compra de apoio dos deputados federais, o Mensalão. Depois o desvio de bilhões dos cofres da Petrobrás, desencadeando a Operação Lava Jato”, disse.
“Desde o período de Dilma Rousseff na presidência (2011-2016), a base política do petismo erodiu. Acossado por uma extrema direita que aprendeu a fazer política nas ruas e nas redes sociais, o PT passou a enfrentar um forte desgaste perante a sociedade”, continuou.
Com a eleição do presidente Lula em 2022, uma parte dessa confiança aparentou ser resgatada. Mas Lúcio afirma que a falta de estratégias para lidar com os atuais conflitos, pode marcar uma não reeleição para 2026.
“O atual governo do PT é uma mera sombra do que foi nas gestões anteriores de Lula. Sem um programa de inclusão social inovador, enfrentando um aumento gradativo da inflação, sendo acossado por um Congresso Nacional dominado pela direita, Lula amarga queda nas pesquisas e sofre sério risco de não ser reeleito em 2026, pondo fim a sua trajetória da maior liderança popular na história do Brasil”, concluiu.
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