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Cidades de SC e RS registram neve na madrugada desta segunda-feira

na Madrugada


22/07/2013



Os primeiros flocos de neve do inverno de 2013 foram registrados na madrugada desta segunda-feira (22), em São Joaquim, no Planalto Sul e em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina. O fenômeno durou cerca de 10 minutos na madrugada e nas primeiras horas da manhã, com acúmulo gerando alegria para os milhares de turistas que se deslocaram para a região para testemunhar a precipitação.

A previsão é de que ele venha a se repetir com mais intensidade no decorrer do dia em outras cidades das regiões mais altas do Estado. O primeiro registro de neve foi feito às 04h30 em São Joaquim

Meia hora mais tarde, surpreendentemente, os operadores meteorológicos do aeroporto de Chapecó relataram a ocorrência de neve na cidade no momento em que a temperatura era de 3ºC. É raríssimo ocorrer neve em Chapecó. Pinhalzinho e São Miguel do Oeste, na mesma região, também tiveram registros de neve.

A queda de neve ao longo do dia, em áreas de planalto, serras de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e do Paraná, é resultado da combinação do frio intenso com a umidade elevada

Conforme meteorologistas da Climatempo, não estão descartadas as possibilidades de queda de neve na região de Curitiba. A última vez que caiu neve na cidade paranaense foi em 1975.

No Rio Grande do Sul, pelos menos quatro municípios tiveram registro de neve nesta madrugada. O fenômeno é provocado pela presença de uma massa de ar polar e de uma área de umidade na metade norte do Estado. Também ocorreram fortes geadas na metade sul, região onde não há nebulosidade.

A neve caiu em São José dos Ausentes, Cambará do Sul, Bom Jesus e Lagoa Vermelha enquanto a geada cobriu os campos em Cruz Alta, Bagé, Pelotas, Santa Maria, Encruzilhada do Sul, Santana do Livramento e São Luiz Gonzaga.

Segundo o 8º Distrito de Meteorologia, a temperatura mínima foi de dois graus negativos em Cambará do Sul. O serviço, que é ligado ao Instituto Nacional de Meteorologia, emitiu aviso indicando que persistem as condições para novas quedas de neve nesta terça-feira (23).

Commodities Agrícolas

Segundo a Somar Meteorologia, esta onda de frio no Sul do país não provocou prejuízos às lavouras das principais commodities agrícolas brasileiras.

"Está sendo o dia mais frio do ano em algumas regiões, mas hoje não teve nada para a agricultura das principais commodities", disse o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, da Somar.

A principal lavoura que pode ter prejuízos nos próximos dias é o trigo do Paraná, destacou ele.

"No Paraná, na região oeste, pode haver problemas, porque o trigo está na fase de pendoamento. Temperaturas de 1 grau podem trazer danos."

Segundo técnicos do governo paranaense, cerca de 40% das lavouras plantadas com o cereal no Paraná –que produz praticamente metade do trigo brasileiro– estão em fases vulneráveis a baixas temperaturas.

Para o Rio Grande do Sul, outro importante produtor de trigo e onde as lavouras estão em fases iniciais, os riscos são menores.

"No Rio Grande do Sul tem que fazer temperaturas abaixo de zero para dar danos no trigo, por causa da fase de desenvolvimento das lavouras", disse o agrometeorologista.

Café e Cana

Ainda não há registro de prejuízo aos cafezais, mas o frio dos próximos dois dias merece atenção, segundo a Somar.

Na semana passada o café registrou alta na bolsa de Nova York, com preocupações do mercado quanto a uma queda de produção no Brasil –principal produtor e exportador da commodity.

"As temperaturas no norte do Paraná (área com produção de café) estão bastante baixas. Isso pode causar algum dano", disse Santos.

O Paraná responderá por cerca de 4 por cento da produção nacional de café neste ano, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O agrometeorologista afirmou que se o frio for muito intenso ou houver uma eventual geada, o café pode ter que ser colhido de maneira antecipada, prejudicando a qualidade do produto.

"O grão que seria colhido em meados de agosto, pode ter que ser antecipado."

Danos aos cafezais também teriam impacto para as futuras safras, deixando plantas enfraquecidas e com menor capacidade de produção.

Para as áreas de cana do norte do Paraná, sul de São Paulo e de Mato Grosso do Sul, há risco de geadas nas próximas duas madrugadas, mas sem danos significativos.

"Onde houver geada, apenas vai ter que ser antecipada a colheita da cana, não que haverá prejuízos. Depende muito do estágio da lavoura", afirmou o especialista.

*Com Agência Estado e Reuters


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