O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), precisou buscar abrigo em Israel após o país realizar ataques contra instalações nucleares no Irã na noite da quinta-feira (12). A comitiva brasileira, composta por 25 pessoas — entre elas, oito prefeitos paraibanos —, está nas proximidades de Tel Aviv, participando do evento MuniWorld 2025, voltado a prefeitos e autoridades de países lusófonos.

A escalada no conflito entre os dois países provocou o fechamento do espaço aéreo israelense, impedindo o retorno imediato dos brasileiros. Em vídeos divulgados nas redes sociais, Cícero relatou que o grupo já se dirigiu duas vezes aos abrigos por causa do toque das sirenes. “Estamos todos aqui no alojamento da viagem e no campus universitário. Tem abrigo aqui, já fomos duas vezes por abrigo, por ter tocado a sirene de aviso”, afirmou.

O prefeito também agradeceu o apoio recebido do governo federal e do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que acionou o Itamaraty para tentar viabilizar a saída da delegação. “Acredito que o governo federal vai proporcionar essa retirada nossa daqui o mais rápido possível”, declarou.

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Segundo Cícero, a ansiedade é crescente entre os participantes da missão internacional. “Isso sobrecarrega o estado emocional de todos. Nosso grupo tá muito estável, tá confiante, agora obviamente ansioso pelo retorno, já que todos nós temos responsabilidade, missão e principalmente familiares que estão mais ansiosos do que a gente”, disse.

Durante a permanência em Israel, a comitiva conheceu tecnologias de segurança urbana, como videomonitoramento e reconhecimento facial, que o prefeito pretende implementar em João Pessoa. No entanto, a prioridade agora é garantir o retorno seguro ao Brasil.

O Ministério das Relações Exteriores ainda não confirmou oficialmente uma data para o voo de repatriação. “Estamos no aguardo de novas emergências, por ventura venham a ocorrer”, afirmou.

O conflito entre Irã e Israel se intensificou após bombardeios israelenses em Teerã, que causaram a morte de altos oficiais iranianos, como Mohammad Bagheri e Hossein Salami, além de dois cientistas nucleares. Em resposta, o Irã lançou mais de 100 drones contra alvos em território israelense.