Política

Cícero critiva Ministério da integração e questiona divisão econômica do NE


17/03/2013



O senador Cícero Lucena (PSDB-PB) questionou, durante pronunciamento na última sexta-feira (15), a atuação do Ministério da Integração Nacional que, segundo ele, não vem exercendo sua função de estimular ao mesmo tempo o desenvolvimento regional e a integração do país. “O planejamento estratégico do país deveria passar por esse Ministério, mas é realizado pelo Ministério do Planejamento, o que representa uma distorção de papéis”, desabafou ao analisar as dificuldades enfrentadas pelos estados do Nordeste, e em particular pela Paraíba.

 

Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, Cícero esteve à frente da Secretaria de Políticas Regionais, órgão que tinha atuação semelhante à do atual Ministério da Integração Nacional. O senador afirmou que, “se coubesse à Integração o planejamento estratégico de fato e de direito, certamente a Paraíba não estaria fora do novo traçado da Ferrovia Transnordestina” e o Porto de Cabedelo já teria sua obra de derrocagem concluída. Derrocagem, nesse caso, é a retirada ou a destruição de pedras ou rochas que dificultam a navegação.

 

O senador paraibano criticou o fato de o Brasil possuir duas regiões Nordeste. “Hoje, nós estamos vivendo uma realidade ainda mais crítica. Existem muros imaginários dentro do próprio Nordeste. Existem Estados que estão se desenvolvendo mais do que os outros. Isso por vários fatores; por competência, por eficiência, por apadrinhamento, por relação político-partidária com o Governo Federal, entre outros”, sustentou.

 

Outra reclamação do parlamentar refere-se ao Aeroporto de Campina Grande onde, contou ele, não há sequer equipamentos para pouso e decolagem durante os períodos de chuva. Nessas ocasiões, frisou, os aviões acabam pousando em João Pessoa, Natal ou no Recife. “Entra presidente, sai presidente, e a minha Paraíba fica esquecida. O governo central possui uma dívida histórica com os paraibanos”, protestou.

 

Seca

Cícero Lucena também criticou as ações do governo federal para combater a seca que atinge o Nordeste. Para ele, as ações foram insuficientes e lentas; “os carros-pipa não atenderam às necessidades e os créditos não funcionaram, entre outros problemas”. O parlamentar disse que recebeu a sinalização positiva do ministro da Integração Nacional quanto a renegociação das dívidas dos agricultores do semi-árido. “Ele garantiu que já na próxima semana anunciará a tão sonhada política de crédito para a região do semi-árido”, prosseguiu.

 

– E este ano, pelo que indicam os índices de chuvas, será mais grave que o ano passado. Cobramos desde já uma ação planejada, eficiente e preventiva – alertou.

 

O senador anunciou que nos próximos 15 dias, os três senadores da Paraíba estão se reunindo com os prefeitos da região do Vale do Piancó, na Paraíba, para elaborar um documento que será encaminhado a Presidência da República para pedir a implantação do ramal do Piancó como medida integrante do Eixo Norte da transposição do São Francisco.

 

Esta semana durante audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Regional, fiz esse apelo ao ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho. Renovei minha preocupação com a dívida dos pequenos e médios agricultores do semi-árido e ele garantiu que já na próxima semana anunciará a tão sonhada política de crédito para a região do semi-árido. Esperamos ansiosos que essa medida de fato beneficie os nossos agricultores que há anos sofrem com as cobranças do Banco do Nordeste, por exemplo.



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