Economia & Negócios

Chuvas mais fracas pressionam custo da energia

Economia


26/01/2014

 Neste início de ano, as trombas d’água, como é de costume, têm alagado ruas, invadido casas e até resultado em mortes em vários centros urbanos do País. Para as cidades, tem sido, em muitos momentos, um caos. Para o setor de energia elétrica, porém, o volume de chuvas de janeiro frustrou expectativas.

Tecnicamente, o que se diz no setor é que a quantidade de chuva capaz de ser convertida em energia elétrica nos rios e nas barragens ficou muito abaixo do ideal. Na verdade, essa chuva teve um comportamento oposto ao esperado. Ao invés de aumentar, como é o normal para esta época do ano, ela caiu.

As chuvas foram especialmente ruins no Sudeste, justamente a região onde se concentram as hidrelétricas mais importantes para o abastecimento do País. Segundo levantamento realizado pela comercializadora de energia Compass, o indicador que mede o impacto das chuvas sobre os reservatórios tende a terminar o mês com o menor valor dos últimos 43 anos: seria o pior janeiro para o setor elétrico no Sudeste desde 1971.

Para Patricia Madeira, analista da área de energia da Climatempo, empresa especializada em mapeamento climático, "existe uma anomalia climática que não é apenas nacional, mas global".

O calor aumenta a evaporação nos reservatórios e deixa a terra seca, propensa a reter a água. Para complicar, o nível das barragens está baixo há quase dois anos, o que demanda mais água para voltar ao normal.

— Os reservatórios de usina precisam de dias consecutivos de chuvas para encher.

Para que eles pudessem encher, seria preciso chover em março seis vezes mais que a média histórica – e não é isso que está previsto. Segundo Marcelo Parodi, sócio da Compass, "a tendência é que será mais um ano de térmicas ligadas e de pressão sobre a geração – e também sobre o preço da energia".

De acordo com a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), o preço da energia no chamado mercado à vista subiu 18% em uma semana.



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