Artes

Cearte faz coletiva ‘Urbanus’ com Carlos Djalma, Ítalo Sponja e Vant Vaz

Galeria 15 portas


25/11/2015



O Centro Estadual de Arte (Cearte) fará a coletiva ‘Urbanus’ com os artistas plásticos Carlos Djalma, Ítalo Sponja e Vant Vaz a partir desta quarta-feira (25) às 19h. A exposição será realizada na galeria das 15 Portas, no Mosteiro de São Bento, na sede do órgão em João Pessoa.

Na exposição, Carlos Djalma apresentará 12 telas a óleo com cenas urbanas, pintadas em sua grande maioria quando morava em Bolonha, na Itália. As cenas mostram a noite da cidade, com carros, luzes e brilhos trazendo um universo realista, mas com toques oníricos.

Já Ítalo Sponja fará exposição de 07 quadros de spray sobre tela e uma pintura feita diretamente na parede da galeria. Os quadros mostrarão um pouco do universo pop do artista, cheio de figuras femininas e sonhos, quase brincadeiras. Imagens urbanas que poderiam ter saído das ruas, calçadas e do atual universo dos desenhos animados. Uma espécie de diálogo com o inconsciente coletivo.

Já Vant Vaz apresenta um trabalho que é uma releitura ou samples (remetendo a cultura Hip-Hop) de desenhos em nanquim e grafite, aquarelas que sofreram intervenções com recursos gráficos do Photoshop. “As imagens remetem as aproximações do universo dos quadrinhos, zines, informativos underground, Pulp Fiction e Ficção Científica, rock e cultura pop alinhavados com conteúdo político que no fim é a essência de quase tudo que faço”, conta.

O evento contará com a presença dos artistas expositores e contará com algumas surpresas, para compor o clima de abertura e de festa.
“A ideia inicial é mesmo valorizar o espaço urbano, no Centro da cidade, além de proporcionar a união e boa convivência do sagrado e do profano. Afinal, a exposição acontece dentro de um mosteiro, mas nas paredes haverá uma arte voltada para todos os públicos. Além do sagrado e do profano”, explica o professor Dinho Zâmbia, curador da exposição.

Confira abaixo um pouco sobre cada um dos artistas.

Carlos Djalma

Cenas do cotidiano, visões de carros, pessoas nas ruas, movimento de uma cidade. São visões a partir dessas imagens que o artista plástico paraibano apresenta nas 12 telas da exposição “Urbanos”. No seu processo de pintura, Carlos Djalma utiliza a fotografia como modelo para fazer as pinturas. “As vezes trabalho com óleo, acrílico. Começo com temperas feitas por mim mesmo, com ovo, um processo antigo da pintura. Essa junção de técnicas obtém resultado bem interessante e gosto bastante de utiliza-la”, conta.

O pintor conta que começou a pintar com 11 anos, hoje está com 49, mas que desenhava desde criança. Na pintura começou partindo do universo da fantasia, do sonho e do realismo. “Passo do não real ao universo do real”, revela. Hoje o pintor afirma que dependendo do trabalho o onírico aparece dentro do realismo. “Tenho uma necessidade de pintar algo que não faça parte do contexto. Boto minha energia ali. Eu acredito muito que a fantasia faça parte da realidade, e a realidade da fantasia. Mesmo estando dentro da realidade você abre um parêntese poético e expõe também sensações que estejam dentro dessa imagem”, explica.

Ítalo Sponja

O nome artístico é Ítalo Sponja, o de batismo Ítalo Oliveira. Natural de Campina Grande, o paraibano também começou a pintar cedo, aos 13 anos. “Na realidade de acordo com minha mãe ela me viu riscando os móveis da cozinha, desenhando Dragon Ball (uma série de anime e mangá exibido na TV em 1997) com sete ou oito anos. Quando pequeno, os meninos ficavam brincado na rua enquanto eu ficava em casa desenhando”, conta.

Aos 14 anos, juntamente com amigos do bairro onde morava, Ítalo já grafitava as paredes da cidade. “Não fico preso só no realismo, viajo pelo impressionismo. Brinco um pouco. Às vezes, gosto de criar o realismo, com alguma referência de imagem, luz, sombra e textura”, explica. “Pego uma imagem e coloco em cima de outra, misturo. Vai muito na intuição”, ressalta.

Com 22 anos e pintando há oito, na rua e em eventos, Ítalo Sponja já recebeu convites para expressar seu grafite em Recife, Campina, João Pessoa e Curitiba, onde seu trabalho foi apresentado diversas vezes no “Street of Styles – Encontro Internacional de Grafitti”, em Curitiba. Sobre o Grafite, Ítalo afirma que é como uma arte de expressão. “O grafite para mim é você chegar com o seu material e colocar uma ideia que é sua, independente de querer causar uma impressão em alguém. É desabafar. Você chega e coloca o que você bem entender. Por mais que não tenha significado algum para os outros, eu pinto o que sinto”.

Vant Vaz

Vant (nome artístico de Valmir Vaz) é um artista plástico, arte educador, coreógrafo, músico, compositor e dançarino. Um homem multifacetado. A arte do desenho e da pintura entraram em sua vida já na infância onde desenvolveu o hábito de tentar registrar tudo que via no papel, animais, casas, plantas e árvores, personagens de TV, personagens de livros infantis e desenhos animados. Foi selecionado em diversas mostras de artes plásticas como “Salão de Novos Artistas Paraibanos”, Salão de Novos Artistas Paraibanos do NAC e das duas edições da “Arte Atual Paraibana” em 1989 e 1990, respectivamente. Realizou sua primeira exposição individual “Imagens e Palavras” onde integrava duas de suas paixões, a poesia e as artes plásticas na Biblioteca Central da UFPB em fevereiro de 1990. Produziu a concepção gráfica de Cds, ilustrou livros de poesia, de contos, além de publicações em revistas e periódicos. Também ilustrou o livro infantil “O Rato que Roeu o Rei” de André Ricardo Aguiar, trabalho contemplado para o primeiro lugar, no Concurso Novos Autores Paraibanos em 2000, entre outros.

O artista é um dos criadores e coordena há mais de 25 anos o Coletivo Tribo Éthnos, (projeto de artes integradas), onde ministra vários estilos de dança de rua. Vant também é ilustrador de livros e revistas e artista gráfico, cantor coralista, solista, compositor e músico. Autodidata, com cursos, mini-cursos, workshops e oficinas em diversas áreas. É pesquisador musical e da cultura Hip-Hop com especial atenção aos vários estilos de dança que o compõem desde a segunda metade da década de 80.
 



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